Índia pode voltar a ser a economia que mais cresce no mundo em 2021
O produto interno bruto (PIB) indiano deve crescer 12,6% durante o ano fiscal do país a partir de abril, enquanto a China deve avançar 7,8% em 2021
Depois de mergulhar em recessão pela primeira vez em quase 25 anos, a economia da Índia deve voltar à vida com força total em 2021. O produto interno bruto (PIB) indiano deve crescer 12,6% durante o ano fiscal do país a partir de abril, de acordo com uma previsão divulgada na terça-feira (9) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Se o percentual de crescimento for confirmado, a Índia pode recuperar seu status de economia que cresce mais rápido e retomar o título da China, país que a OCDE espera apresentar um avanço de 7,8% neste ano, após evitar uma recessão em 2020.
A economia da Índia registrou um aumento de 0,4% no PIB nos último trimestre de 2020, pondo um fim à recessão. Mas, em 2020 como um todo, a economia indiana contraiu cerca de 7%.
A OCDE também divulgou melhorias significativas em sua estimativa para o futuro global, afirmando que “as perspectivas econômicas melhoraram acentuadamente nos últimos meses”, graças à distribuição de vacinas contra o coronavírus e anúncios de pacotes de estímulo adicionais. A agência, com sede em Paris, também disse haver sinais de que as recentes medidas de restrição à circulação não estão afetando tanto a economia quanto as ações anteriores.
“Isso pode refletir um direcionamento mais cuidadoso das medidas de saúde pública e dos auxílios emergenciais”, disse o grupo, acrescentando que empresas e consumidores se adaptaram às restrições.
A OCDE agora espera que a economia mundial cresça 5,6% em 2021, ante uma estimativa de apenas 1,4% em dezembro.
EUA podem crescer 6,5%
A economia dos Estados Unidos deve crescer 6,5% neste ano, uma grande melhora em relação à previsão anterior de 3,3%. A agência destacou os efeitos do “forte apoio fiscal” do pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão (cerca de R$ 11,1 trilhões) do presidente Joe Biden.
Na Europa, onde a distribuição de vacinas tem sido lenta fora do Reino Unido, a OCDE prevê “uma recuperação mais gradual”. Os 19 países do euro devem ver sua produção crescer 3,9%. A economia do Reino Unido, que sofreu uma queda maior do que seus vizinhos europeus em 2020, crescerá 5,1%.
Mas as perspectivas ainda permanecem muito incertas por conta da pandemia. A OCDE observou que as campanhas de vacinação estão avançando em ritmos diferentes ao redor do mundo, e que ainda existe a possibilidade de novas mutações resistirem às vacinas.
A agência também abordou o debate sobre inflação que vem abalando os mercados. Os investidores estão cada vez mais preocupados que uma forte recuperação possa desencadear uma alta nos preços ainda neste ano, forçando os bancos centrais a aumentar as taxas de juros ou reduzir as compras de títulos mais cedo do que o esperado.
A OCDE reconheceu que as pressões sobre os preços estão aumentando em algumas frentes.
“Uma recuperação mais rápida do que o esperado da demanda, especialmente na China, juntamente com a escassez de oferta elevaram consideravelmente os preços de alimentos e metais, e os preços do petróleo se recuperaram ao nível médio de 2019”, afirmou.
Mas a agência enfatizou que, com a fragilidade das economias e do mercado de trabalho, os bancos centrais devem manter as políticas monetárias mais frouxas que impulsionaram a recuperação, mesmo que a inflação ultrapasse algumas metas.
“Fatores transitórios que elevam a inflação não justificam mudanças na postura da política”, concluiu.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).