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    Incertezas globais derrubam produção e consumo de aço no Brasil em 2022

    Setor registrou queda de produção em janeiro e fevereiro deste ano, diz relatório da Associação Latino-Americana do Aço

    Lucas Janoneda CNN , no Rio de Janeiro

    Após forte recuperação em 2021, a indústria de aço brasileira iniciou o ano de 2022 com prejuízo causado pelas incertezas domésticas e internacionais.

    O setor já registra a segunda queda mensal consecutiva na produção do insumo em 2022, e a expectativa para o restante do ano não é boa, segundo o relatório da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), divulgado na última quarta-feira (6).

    A produção de aço no Brasil ficou 2,2% menor em janeiro e fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

    Em valores absolutos, somados os dois meses, o setor deixou de produzir aproximadamente 500 mil quilos de aço.

    O setor produtivo que mais demandou da indústria de aço foi a construção civil. Logo em seguida aparecem os segmentos agrícola e automotivo.

    Simultaneamente à menor produção, o consumo do aço no Brasil também deve registrar queda ao longo de 2022, segundo a Alacero.

    De acordo com o relatório da associação, é esperado neste ano uma demanda 2,1% abaixo da média histórica. O maior consumidor do aço brasileiro é a indústria nacional, principalmente a de construção civil.

    O baixo consumo está atrelado às incertezas globais, domésticas e internacionais, segundo a Alacero. No contexto nacional, o setor é afetado pela escalada inflacionária e alta dos juros.

    De acordo com Renan Pieri, economista da FGV, a questão energética também impactou a demanda pelo produto.

    “Com a taxa de juros subindo, a expectativa é que a demanda caia ainda mais nos próximos meses. O custo de produção aumentou em toda as indústrias, principalmente com a questão energética e da inflação no Brasil. Isso também acaba resultando em uma redução de oferta. Esses são os principais pontos que demostram essa tendência”, disse Pieri.

    No contexto internacional, a guerra no leste europeu também traz preocupações para o setor. A Ucrânia é o 14º maior produtor de aço bruto e o 8º maior exportador de aço do mundo.

    Já a Rússia é o nono maior exportador de minério de ferro do planeta, segundo os dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    “A situação externa é muito complicada. Principalmente pela guerra no leste europeu entre Ucrânia e Rússia. Mas não é somente a guerra que afeta a produção e o consumo mundial e brasileiro de aço”, explicou Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero.

    “As políticas monetárias nos Estados Unidos e Europa, que também estão tentando controlar a inflação, e pode impactar a atividade do setor na região e, consequentemente, no mundo.”

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