Ibovespa fecha em alta de 0,86% com disparada da Petrobras; dólar recua a R$ 5,13
Ações de petrolíferas saltam com valorização do petróleo em meio aos conflitos entre Israel e o Hamas
O Ibovespa encerrou no campo positivo e o dólar perdeu força ante o real nesta segunda-feira (9), com as atenções do mundo voltadas à Guerra de Israel, deflagrada no último sábado (7).
O principal índice do mercado doméstico fechou o dia com alta de 0,86%, aos 115.156 pontos, seguindo a recuperação dos mercados globais após primeiras horas de cautela pelos efeitos do desdobramento dos conflitos.
O dólar, que abriu o dia em alta, cedeu ante o par brasileiro e encerrou a sessão com perda de 0,59%, negociado a R$ 5,131 na venda.
Petróleo dispara e puxa Ibovespa
O desempenho do Ibovespa foi sustentado pelo salto do petróleo no mercado internacional com a preocupação dos investidores pelos impactos da expansão do conflito no Oriente Médio.
O barril do tipo Brent, usado como referência na maior parte do globo, fechou a sessão com alta de 4,22%, negociado a US$ 88,15.
“Em resumo, petróleo sobe por conta do receio com possíveis sanções e/ou corte de produção do petróleo do Irã. Como o Irã ajudou a planejar o ataque junto ao Hamas, é possível que hajam sanções ou cortes de produção, o que pode fazer com que o preço do petróleo salte ainda mais”, explica Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.
“Caso haja um conflito direto entre Irã e Israel, a situação pode piorar ainda mais com o petróleo disparando”.
O movimento fez os papéis da Petrobras figurarem entre as maiores altas do dia, com as ações preferenciais (PETR4) disparando 4,3%, enquanto as ordinárias (PETR3) subiram 4,1%.
O topo, porém, ficou com a PRIO (PRIO3), que subiu 8,78%, enquanto a PetroRecôncavo (RECV3) teve alta de 8,7%.
A alta foi freada por queda de outras gigantes do Ibovespa. A Vale (VALE3) perdeu 0,72% com o recuo do minério de ferro no mercado global, enquanto Itaú (ITUB4) registrou baixa de 0,86%.
Nova tensão no Oriente Médio
Durante o final de semana, Israel declarou formalmente guerra ao Hamas, após um ataque surpresa do grupo. Segundo as autoridades, o conflito já deixou mais de 1000 mortos, com pelo menos 700 pessoas mortas em Israel e 400 na Palestina.
A escalada das provocou uma onda de pânico nos mercados financeiros na abertura desta segunda-feira, conforme observou a analista sênior do Swissquote Bank, Ipek Ozkardeskaya, à Reuters. O especialista chamou a atenção particularmente para a disparada dos preços do petróleo.
Ainda que Israel não seja um grande produtor de petróleo, a escalada das tensões no Oriente Médio preocupa os investidores globais. A região é uma das maiores produtoras da commodity no mundo.
Ozkardeskaya acrescentou em nota que, entre outros fatores, os episódios envolvendo o Hamas e Israel alteram a retórica recente do mercado de uma desaceleração potencial na demanda global pelo petróleo para uma oferta global restrita.
Analistas do Goldman Sachs também reconheceram a incerteza do contexto, porém, ressaltaram que não houve até o momento qualquer impacto na produção global de petróleo, e que eles veem como improvável qualquer grande efeito no equilíbrio entre oferta e demanda e nos estoques da commodity no curto prazo.
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*Com informações de agência Reuters