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    Pandemia é fator central para risco de rebaixamento na América Latina, diz Fitch

    Peru irá registrar o maior crescimento na região este ano, superior a 5%, enquanto a economia do Brasil avançará um pouco mais de 3%, diz Shetty

    Por Jamie McGeever, da Reuters

    As economias latino-americanas irão recuperar-se neste ano da recessão do ano passado, mas os riscos para essas perspectivas estão, quase todos, inclinados para o lado negativo, disseram analistas da agência de classificação de risco Fitch Ratings nesta quarta-feira, (20) mencionando particularmente a evolução da pandemia da Covid-19.

    O crescimento mais lento também irá comprometer os esforços dos governos para colocar os déficits e a dívida pública de volta a um caminho mais sustentável e descendente, assim como aumentam as pressões públicas para gastos em face da segunda onda do vírus, alertaram.

    Shelly Shetty, diretora-gerente de soberanos da Fitch, disse que a forma como a região lida com a segunda onda, o ritmo das distribuições de vacinas, o volume de imunizantes a serem aplicados e a fragilidade de forma geral dos sistemas de saúde pública devem ser monitorados.

    “Não vemos muitos riscos de alta… (vemos) vários riscos de baixa”, disse Shetty em uma apresentação online.

    O Peru irá registrar o maior crescimento na região este ano, superior a 5%, enquanto a economia do Brasil avançará um pouco mais de 3%, limitada por um aguardado endurecimento da política fiscal, disse ela.

    A recuperação deve ser apoiada por um crescimento de 8% da China, fortes preços globais de commodities, política monetária interna acomodatícia e efeitos de base favoráveis, disse ela.

    O déficit orçamentário médio na região cairá a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mas os déficits fiscais permanecerão altos para os padrões históricos, a uma média de 6% do PIB. O déficit do Brasil será de 7% do PIB, disse Shetty.

    “A consolidação será um processo de vários anos”, disse ela, observando que mais da metade de todas as perspectivas de ratings soberanos para a América Latina são negativas, a mais elevada para qualquer região no mundo, e sem perspectivas positivas.

    No México, o analista da Fitch Charles Seville destacou que a estatal Petroleos Mexicanos (Pemex) pode precisar de mais apoio financeiro do governo, talvez de até 1,5 ponto percentual do PIB.

    Isso não seria uma “mudança de jogo” para o rating soberano do México, mas dificilmente seria um fator positivo, disse Seville.

    O rating soberano da Fitch para o México é “BBB-“, um nível acima do grau especulativo, com perspectiva estável.

     

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