Havan vale R$ 100 bi? Veja as empresas que têm valor de mercado superior a esse
Fontes próximas a Luciano Hang afirmaram que empresário tem meta de alcançar valor de mercado das top 10 da B3
Depois de protocolar um pedido de abertura de capital na bolsa de valores brasileira, o fundador e presidente da rede varejista Havan, Luciano Hang, teria dito a fontes próximas que espera que a empresa seja avaliada em até R$ 100 bilhões — valor que poderia colocar a companhia entre as 10 mais valiosas na B3. A informação é dos jornais Valor Econômico e O Estado de S. Paulo.
No documento em que solicita o IPO, oferta inicial de ações, porém, a Havan não especifica essa meta. Mas o objetivo é ambicioso: para efeitos de comparação, o Magazine Luiza, considerada a galinha dos ovos de ouro do varejo, vale 50% a mais do que isso: R$ 149 bilhões. A Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, tem valor de mercado de R$ 32,5 bilhões.
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Só que existem grandes diferenças entre todas essas empresas. A principal delas seria o tamanho. Enquanto a Via Varejo reportou receita líquida de R$ 11,6 bilhões no primeiro semestre deste ano (redução de quase 6%) em comparação a 2019, a Havan registrou R$ 3,2 bilhões em vendas, uma queda de quase cerca de 20%.
Enquanto isso, o Magazine Luiza teve vendas menores do que a Via Varejo no primeiro semestre, cerca de R$ 10,8 bilhões, mas terminou o período com crescimento de 25% – isso em meio à pandemia do novo coronavírus. O grande diferencial da empresa foi a sua forte presença digital, caminho que vem sendo trilhado desde que Frederico Trajano assumiu a liderança da companhia, no fim de 2015.
Para chegar aos R$ 100 bilhões, a varejista catarinense teria que praticamente se igualar a bancos privados como Santander e BTG Pactual. Veja abaixo a lista das empresas listadas na B3, que têm valor de mercado superior à meta de Hang.
Ascensão da Havan
Fundada em 1986, em Brusque, Santa Catarina, a Havan conta atualmente com 147 lojas, em 17 estados do país. A expectativa da companhia é chegar ao número de 200 unidades até o final de 2022.
Em 2019, a rede varejista ocupou o 13º lugar no ranking “Os 50 Maiores Grupos Varejistas”, realizado anualmente pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, à frente de marcas como Dia e Makro. Além disso, registrou lucro líquido de R$ 428,4 milhões. Já no primeiro semestre de 2020, porém, registrou prejuízo de R$ 127,5 milhões, diante da crise econômica provocada pelo novo coronavírus.
Justamente para driblar a crise, neste ano, a Havan passou a comercializar também alimentos, como arroz e feijão. Segundo a companhia, seu centro de distribuição movimenta mais de 1 milhão de itens por dia. Além disso, seu portfólio de produtos conta com mais de 100 mil itens, que vão de eletrônicos a artigos de cama e banho.
A empresa chama atenção por ter uma estátua da liberdade, um de seus grandes símbolos, em frente às unidades – uma delas, localizada na chamada Parada Havan, em Barra Velha (SC), tem 57 metros de altura e, de acordo com o grupo, é considerada “o maior monumento do Brasil”.
Um dos principais ativos da companhia, porém, é a própria figura de Luciano Hang. Excêntrico, Hang ganhou maior projeção durante a campanha presidencial de 2018. Ele integra o Instituto Brasil 200, grupo de empresários que apoiou Jair Bolsonaro durante a corrida presidencial. Às vésperas da eleição, ficou na mira da Justiça do Trabalho por ter supostamente coagido seus funcionários a votarem no então candidato
Hang abraçou o movimento anticorrupção e passou a usar as cores da bandeira brasileira como estratégia de marketing. É comum ele dar entrevistas e comparecer a eventos públicos vestido com um terno verde e uma gravata amarela. O personagem ganhou da internet o apelido de “véio da Havan”, alcunha que o próprio Hang adotou ao se comunicar nas redes sociais.
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