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    Haddad vai ao Marrocos para participar de reuniões do FMI e Banco Mundial

    Ministro embarca na terça-feira (10) e volta no sábado (14), segundo fontes do governo

    Priscila Yazbekda CNN , em Paris

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viajará ao Marrocos na terça-feira (10) para participar das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Marrakech.

    Segundo fontes do governo, o ministro embarca na terça-feira (10) e retorna ao Brasil no sábado (14). O ministro terá agendas previstas com o Banco Mundial e FMI, além de reuniões bilaterais com os principais atores do G20, entre eles a Índia. Fontes afirmam que os encontros serão focados no G20, na presidência do Brasil à frente do grupo.

    O encontro, entre os dias 9 a 15 de outubro, deve contar com a participação de mais de 14 mil pessoas de todo o mundo, segundo informações do governo marroquino.

    Ministros de finanças e presidentes de bancos centrais de 189 países são esperados durante o evento, que deve discutir modelos de financiamento global em meio a um cenário de aumento das tensões geopolíticas, com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a guerra na Ucrânia.

    A diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, afirmou que o encontro terá também um foco importante na África e na recuperação da economia global.

    O governo Lula tem defendido a reforma de organismos multilaterais como o Banco Mundial e o FMI. Dentro do governo, há uma visão de que essas entidades exigem contrapartidas aos empréstimos, como privatizações, que atendem aos interesses dos países ricos – seus principais financiadores – e não condizem com a realidade dos emergentes.

    Tanto a visão crítica aos organismos multilaterais, quanto a indicação de Dilma Rousseff ao banco dos Brics, estão ligadas à intenção de Lula de fortalecer a aliança do Brasil com países do chamado Sul global e reduzir a dependência de países avançados, fortalecendo a posição do Brasil como um líder regional.

    Em maio, durante participação na cúpula do G7 em Hiroshima, o presidente cobrou do FMI uma postura menos dura com os países altamente endividados.

    “O endividamento externo de muitos países, que vitimou o Brasil no passado e hoje assola a Argentina, é causa de desigualdade gritante e crescente, e requer do Fundo Monetário Internacional um tratamento que considere as consequências sociais das políticas de ajuste”, disse Lula na ocasião.

    Reunião acontece um mês após terremoto

    As reuniões acontecem pouco mais de um mês após o terremoto mais forte a atingir o país em mais de um século, deixando pelo menos 3 mil vítimas. O tremor aconteceu no dia 10 de setembro, a cerca de 71 km a sudoeste de Marrakech.

    Em uma declaração conjunta, dez dias após o tremor, o Banco Mundial, O FMI e a Ministra da Economia do Marrocos, confirmaram que o evento seria mantido em Marrakesh, a despeito do terremoto para “proporcionar uma oportunidade para a comunidade internacional apoiar Marrocos” na sua recuperação.

    Além disso, o primeiro-ministro de Marrocos, Aziz Akhannouch, afirmou que seria “bastante devastador” para o setor hoteleiro cancelar as reuniões em Marrakech.

    Conforme relata a agência de notícias Reuters, a elite financeira global se reunirá a uma hora de onde pessoas ainda estão desabrigadas após o terremoto.

    Segundo a agência, nos arredores de Marrakech, perto do evento, onde os danos do terremoto foram menos graves, a antiga muralha da cidade já foi reparada, a torre de uma mesquita destruída foi encoberta, escombros foram removidos, campos foram arados e as flores plantadas.

    Mas nas montanhas do Alto Atlas, onde foi registrado o maior número de vítimas do terremoto, os sobreviventes vivem em tendas improvisadas, com pouco acesso a chuveiros ou banheiros funcionais, sobrevivendo graças a benefícios parcos do Estado enquanto tentam reerguer suas vidas.

    O contraste reflete as desigualdades no país, que possui as infraestruturas mais avançadas de África, mas onde muitas pessoas ainda vivem sem serviços básicos.

    A Reuters relata que uma única noite num quarto duplo do histórico hotel La Mamounia, em Marrakech, durante a reunião do FMI, custa US$ 1,9 mil. Bem próximo ao PIB médio anual per capita das pessoas que vivem na região, de apenas cerca de US$ 2 mil.

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