Haddad se reúne com ministros no Planalto para falar de Orçamento
Encontro aconteceu após coletiva em que ministro da Fazenda evitou comentar sobre possível mudança na meta fiscal do governo
Horas depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter evitado responder sobre a possível mudança na meta fiscal do governo, ele voltou a se reunir no Palácio do Planalto.
Desta vez, com ministros do governo e um parlamentar. A agenda estava marcada previamente, mas não consta no sistema oficial devido a instabilidades nos servidores.
Segundo apurou a CNN, além de Haddad, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; e o ministro da Casa Civil, Rui Costa; debateram com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); sobre o Orçamento para 2024.
A reunião aconteceu na noite de segunda-feira (30), horas depois de Haddad ter sido perguntado, em coletiva de imprensa, sobre a possível mudança da meta de zerar o déficit fiscal em 2024.
O ministro foi questionado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer que o governo federal não precisa perseguir o déficit zero, apesar da meta fiscal ser uma das principais bandeiras do Ministério da Fazenda.
Na entrevista coletiva, o ministro da Fazenda não respondeu aos questionamentos, mas disse estar comprometido com o equilíbrio fiscal.
Haddad ainda distribuiu responsabilidades pela deterioração das contas públicas dos últimos seis anos e se colocou numa posição de quem quer resolver os problemas do país e o mercado, o Banco Central, o Congresso Nacional e até o Judiciário não deixam – ou não querem – ajudar.
Haddad já havia ido ao Planalto na manhã de segunda para conversar com o presidente Lula. Segundo o ministro, foi tratado do Marco de Garantias, sancionado nesta terça-feira (31), com vetos.
De acordo com auxiliares do governo, as reuniões não teriam tido a meta como tema central, mas foi abordada de forma lateralmente.
Fontes ouvidas pela reportagem dizem que a mudança na meta ainda não foi definida, porque os ministros que fazem parte da Junta de Execução Orçamentária (JEO) bateram martelo sobre a questão.
A JEO é um órgão colegiado responsável pelo assessoramento direto ao presidente da República na condução da política fiscal do governo. É também responsável por definir os cortes orçamentários e avaliar pedidos dos ministérios.
Além de Haddad, Tebet e Rui Costa, a ministra de Gestão e Inovação de Serviços Públicos, Esther Dweck, também é responsável pela deliberação na JEO.