Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Haddad espera que proposta para taxar super ricos seja aprovada no G20 ainda este ano

    Ele ainda afirmou que esse tipo de tributação não é simples, e há “muita resistência”

    Cristiane Nobertoda CNN , em Brasília

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que espera a aprovação da proposta de taxação de grandes fortunas durante a cúpula do G20, que ocorrerá no final deste ano, no Rio de Janeiro. Segundo o ministro, após o tema ter sido amplamente debatido em sessões temáticas, a expectativa é de que agora a carta deve ser assinada pelos chefes de Estado.

    “Os 20 países do G20 assinaram um comunicado aqui no Rio de Janeiro, na terceira reunião dos ministros de finanças. […] Vai ter uma cúpula agora no final do ano com todos os chefes de Estado. Aí são os próprios presidentes ou primeiros-ministros que vão estar no Rio de Janeiro na grande cúpula e eu espero que essa proposta seja aprovada”, afirmou em entrevista ao programa Bom dia, Ministro.

    Segundo Haddad, a proposta levada pelo Brasil ao G20 visa criar uma tributação internacional sobre indivíduos super ricos. “Nós levamos para o G20 para que esse imposto sobre riqueza seja um tributo cobrado internacionalmente. Não importa onde a pessoa esteja residindo, se ela tem bilhões de dólares, ela tem que ser tributada”, disse.

    Haddad ainda afirmou que esse tipo de tributação não é simples, e há “muita resistência”. Segundo ele, pode acontecer dos países terem apoiado o tema “da boca pra fora” e que a assinatura do documento é importante para estabelecer o compromisso global.

    O modelo, que vem sendo desenhado pela equipe de Haddad em conjunto com a vencedora do prêmio Nobel de Economia Esther Duflo e pelo economista Gabriel Zucman, consiste em criar um sistema tributário internacional ao qual os impostos de grandes corporações teriam uma alíquota de 15%.

    O plano também exigiria que os multimilionários pagassem impostos no valor de pelo menos 2% da sua riqueza total todos os anos.

    Os valores recolhidos seriam direcionados a um fundo social e revertidos para o combate a mudanças climáticas e à pobreza, além do financiamento de projetos voltados ao meio ambiente.

    Haddad reconhece, no entanto, que as tentativas de taxar grandes fortunas em nível nacional nem sempre foram bem-sucedidas.

    “O problema de taxar grandes fortunas é que as tentativas que já foram feitas mundo afora nem sempre produziram os melhores resultados, não porque seja injusto, mas porque, do ponto de vista prático, você tem fuga de capital, você tem mudança de fiscal, nem todo super rico, você deve imaginar, está disposto a pagar imposto. Em geral, essa turma tem uma certa dificuldade em encarar o fisco”, afirmou.

    Tópicos