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    Haddad e Massa falam em usar real e peso em operações comerciais e buscam acabar com dúvidas sobre “moeda única”

    Documento assinado pelo ministros do Brasil e da Argentina menciona plano dos países de aumentar o financiamento do comércio exterior

    Tainá FalcãoFernando Nakagawada CNN

    O documento assinado pelos ministros da Fazenda de Brasil e Argentina foi mais cauteloso ao tratar da hipótese de criação de uma unidade comum para o comércio exterior entre os países, chamada por interlocutores da Fazenda de “unidade de conta sul-americana”.

    Ao contrário dos termos “moeda única” ou “comum” ouvidos nos últimos dias, o documento cita apenas a intenção de aumentar o uso do real e peso nos negócios entre os países.

    A CNN antecipou que o documento seria assinado nesta segunda-feira (23).O documento assinado por Fernando Haddad e Sergio Massa cita a intenção dos países de “expandir o uso de moedas locais, com a intensificação das negociações entre os bancos centrais e outros órgãos responsáveis”.

    O plano, diz o texto, é aperfeiçoar uma plataforma já existente que permite o comércio entre os dois países com pagamento em moeda local – sem o uso de dólares, como ocorre normalmente.

    O ambiente é operado pelos bancos centrais e é chamado de “Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML)”. Haddad e Massa dizem que querem o uso desse instrumento e a atuação desse sistema, “com vistas a um comércio sem obstáculos e com a inclusão do comércio de serviços”.

    O texto também menciona o plano dos países de aumentar o financiamento do comércio exterior. “Implementar medidas para impulsionar o comércio de bens e serviços, comprometendo-se a facilitar o uso de mecanismos de crédito, expandidos para lidar com restrições cambiais”.

    O documento não cita, mas a Argentina tem, atualmente, graves restrições cambiais – com uma série de medidas para restringir a compra de dólares entre os argentinos, inclusive com dificuldade para pagamento de importações.

    Para tentar contornar essa dificuldade, os ministros confirmam que os países “comprometem-se a implementar linhas de financiamento de importações operadas por entidades bancárias e garantidas pelos governos de ambos os países, com prazos, volume e contragarantias acordados caso a caso, segundo critérios de risco”.

    Em termos mais amplos, Brasil e Argentina também expressaram o compromisso de “avançar decisivamente para o aprofundamento da integração regional, com a redução das barreiras ao comércio bilateral de bens e serviços”.

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