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    Haddad e Campos Neto se encontram em SP para manter alinhamento, dizem fontes

    Reunião, que aconteceu na manhã desta segunda-feira, chamou atenção do mercado financeiro pela proximidade com Copom, num ambiente de críticas à independência do BC e ao sistema de metas

    Thais Herédiada CNN

    Na semana da primeira reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central deste ano, Roberto Campos Neto voltou de férias e seu primeiro compromisso em São Paulo foi um encontro com Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foi uma reunião de alinhamento, como disseram interlocutores do governo à coluna.

    A reunião, que aconteceu na manhã desta segunda-feira no escritório da Fazenda na capital paulista, chamou atenção do mercado financeiro pela proximidade com o Copom, num ambiente de críticas à independência do BC e ao sistema de metas para inflação feitas por Luis Inácio Lula da Silva.

    Campos Neto e Haddad têm se falado constantemente e vão manter diálogo frequente para alinhamento de tudo que está sendo feito pelo governo, fontes disseram à CNN.

    A visita do presidente do BC foi considerada uma “gentileza”, uma iniciativa que reforça a disposição em manter canal aberto no debate sobre política monetária, a cargo do Copom, e da fiscal, sob a gestão de Fernando Haddad.

    Nas últimas semanas o BC foi alvo de críticas pelo presidente da República, que questionou o atual patamar de juros, 13,75% ao ano, e as metas de inflação a serem perseguidas pelo Copom, consideradas muito baixas por Lula.

    A meta para o IPCA de 2023 é de 3,25%, e de 3% para 2024 e 2025. A expectativa dos agentes econômicos, segundo relatório Focus, estima que a inflação fique em 5,74% este ano, o que significaria um terceiro ano seguido de descumprimento da meta pela autoridade monetária.

    Fontes ouvidas pela coluna descartam mudança da meta de inflação por enquanto, considerando o ruído que isso pode causar, além de afetar a credibilidade do Banco Central.

    Na próxima quarta-feira o Copom anuncia decisão sobre os juros e deve manter a Selic em 13,75% ao ano. O mercado tem maior expectativa sobre o comunicado da decisão que deve conter alertas sobre os efeitos que uma política fiscal irresponsável e o debate deslocado sobre as metas para o IPCA que podem impactar a inflação e a redução dos juros este ano.

    Segundo Focus, a Selic deve terminar 2023 em 12,5%, com início de cortes na taxa só no terceiro trimestre. A estratégia do Copom já visa inflação do início de 2024, quando o IPCA deve se aproximar dos 3%, objetivo do BC para o ano que vem.

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