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    Guedes perdeu disputa com Itamaraty sobre posição do Brasil na eleição do BID

    Em abril, Guedes indicou ao presidente Jair Bolsonaro o nome do economista brasileiro Rodrigo Xavier, ex-presidente do UBS e do Bank of America, para o cargo

    Igor Gadelhada CNN

    Não é só com integrantes da ala desenvolvimentista do governo que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem brigando nos bastidores. O chefe da equipe econômica também disputou internamente – e perdeu – com auxiliares presidenciais da área internacional na decisão sobre a posição do Brasil na eleição para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

    Ainda em abril deste ano, Guedes indicou ao presidente Jair Bolsonaro o nome do economista brasileiro Rodrigo Xavier, ex-presidente do UBS e do Bank of America no Brasil. Queria que o País encampasse a candidatura de alguém com atuação mais voltada para questões puramente econômicas e, de preferência, que esse alguém que fosse Xavier. 

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    Os Estados Unidos, porém, não gostaram e anunciaram, em junho, que lançariam candidatura própria do americano Mauricio Claver-Carone, assistente do presidente Donald Trump e diretor do Conselho de Segurança Nacional daquele país. O nome do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, chegou a ser cogitado, mas o próprio rejeitou a ideia.

    Sem a candidatura de Ernesto, integrantes do Itamaraty e assessores ligados à pauta internacional defenderam junto ao Bolsonaro que ter um presidente do BID alinhado aos valores e objetivos políticos do governo era mais importante do que ter um brasileiro no cargo sem compromisso claro com esses valores. 

    Esses auxiliares ressaltaram também ao presidente que, sem o apoio dos Estados Unidos, a candidatura de Xavier não teria força e certamente não venceria. Bolsonaro ficou do lado dos assessores da área internacional. Com apoio oficial do Brasil, o americano foi eleito neste sábado (12), por 30 votos a favor e 16 abstenções, durante o Encontro Anual do BID.

    Este ano, a reunião aconteceu por videoconferência, em razão da pandemia do novo coronavírus. Guedes e Bolsonaro participaram juntos do encontro, da Granja do Torto, onde o ministro da Economia está morando em Brasília. Procurado pela CNN neste sábado, o ministro não respondeu.

    Filho de cubanos, Mauricio é visto por auxiliares internacionais de Bolsonaro como alguém que pode levar um olhar mais geopolítico para o BID. A aposta é de que ele atuará para diminuir a dependência de países da América Latina à China, rival histórico dos EUA e com a qual o governo Bolsonaro não tem boa relação, e para “sufocar” ditaduras, como a da Venezuela.

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