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    Paulo Guedes critica FMI e defende melhora fiscal do Brasil

    Ministro da Economia falou durante evento com empresários nesta quarta-feira em São Paulo

    Juliana Eliasdo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (15) que assinou o fechamento da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Brasil e afirmou que a sua presença no país não tem hoje a mesma necessidade que tinha no passado.

    “Eu já tinha assinado o fechamento da missão. Chama-se residente do FMI no Brasil; nós é que credenciamos. Em junho do ano que vem, fecha essa missão aqui”, disse Guedes em conversa à imprensa após participar de evento com empresários em São Paulo.

    “Se eles quiserem manter o escritório deles aqui, podem manter. Nós estamos oficialmente dizendo que não precisamos mais te-los aqui. Há muitos anos que não precisam estar aqui, ficaram porque gostam (…), para de vez em quando criticar um pouco e fazer previsão errada.”

    Mais cedo, durante o evento, Guedes mencionou as previsões do fundo de retração próxima a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado. No fim, a queda foi de 3,9%.

    “A missão do fundo se instalou no Brasil lá atrás, quando a gente precisava, e foi muito útil. Nós não sabíamos controlar nosso orçamento, não tínhamos câmbio flexível”, acrescentou Guedes.

    O ministro reforçou a rápido melhora nos resultados fiscais do país após o aumento de gastos trazidos pela pandemia.

    “O Brasil tinha déficit de 1% do PIB quando a Covid chegou. Quando nós chegamos no governo era 2%. A Covid chegou e o combate à pandemia nos levou a 10,5% do PIB. Este ano, 2021, já reduzimos para 1% do PIB de novo, e a previsão para o ano que vem é 0,5%”, disse.

    “Não falou dinheiro no combate á pandemia e já contraímos o déficit bastante.”

    Reajuste a servidores

    Contrariando promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro de conceder reajuste salarial a todas as carreiras do serviço público, Guedes também afirmou que um aumento generalizado nas remunerações traria efeito negativo sobre as contas públicas e a inflação.

    O ministro reconheceu, no entanto, a possibilidade de haver reajustes para carreiras específicas, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

    “Existe uma ameaça à inflação, sim. (…) Se começar todo mundo a pedir reajuste de salário de novo, todos os municípios, que melhoraram condições, todos os estados e a União, que conseguiram se reequilibrar fiscalmente, todo mundo que se levantou vai começar a cair de novo, e aí vamos sustentar uma inflação”, emendou.

    Segundo ele, o governo está conversando com transparência sobre esse tema. “Tem que ser específico e limitado, não pode ser regra geral”, disse.

    *Com Estadão Conteúdo e Reuters

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