Grupo de economistas publica carta para endossar críticas a juros altos
No documento, o grupo diz que taxa Selic é inaceitável e que BC não ofereceu justificativa para manutenção em 13,75%
Um grupo com pelo menos dez economistas brasileiros publicou nessa segunda-feira (13) um manifesto com endosso às críticas aos juros altos. A carta, intitulada de “Taxa de juros para a estabilidade duradoura: Manifesto de economistas em favor do desenvolvimento do Brasil”, conta com mais de 2.700 assinaturas.
O manifesto é encabeçado pelos economistas Luis Carlos Bresser-Pereira, Leda Paulani, Monica de Bolle, Luis Gonzaga de Mello Belluzzo, Luciano Galvão Coutinho, Nelson Marconi, Antonio Correa de Lacerda, Clélio Campolina, Paulo Nogueira Batista Jr. e Lena Lavinas.
No documento, os economistas afirmam que “a taxa de juros no Brasil tem sido mantida exageradamente elevada pelo Banco Central e está hoje em níveis inaceitáveis”. Eles dizem ainda que o BC não forneceu justificativa para a manutenção da Selic no patamar de 13,75% ao ano.
“Nenhum dos países dotados de recursos e economias estruturadas possui uma taxa de juros sequer próxima da que prevalece no Brasil e que o Banco Central pretende manter por longo período. E todos esses países reconheceram o caráter excepcionalíssimo do surto inflacionário recente, explicado pela pandemia e pelo conflito bélico, não por excesso de demanda.”, afirma a carta.
Na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) publicada na semana passado, que manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o Banco Central afirmou que o ambiente inflacionário segue desafiador, mas que é possível observar uma “normalização” nas cadeias de suprimentos globais.