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    Greenpeace ocupa plataforma da Shell em dia que petroleira divulga lucro recorde

    Ativistas usaram equipamentos de escalada para embarcar no navio e escalar a plataforma de quase 118 metros

    Laura Paddisonda CNN

    Ativistas do Greenpeace embarcaram em um navio no Oceano Atlântico e escalaram uma plataforma de petróleo da Shell que está sendo transportada para o Mar do Norte.

    “Pare de perfurar. Comece a pagar”, dizem as faixas dos ativistas.

    O protesto ocorre quando a gigante do petróleo anunciou nesta quinta-feira (2) lucros anuais recordes de quase US$ 40 bilhões para 2022, mais do que o dobro que registrou em 2021. A empresa se beneficiou dos preços muito altos do petróleo e do gás após a invasão russa na Ucrânia.

    O Greenpeace chamou a ação de “um protesto pacífico contra a devastação climática em todo o mundo causada pela Shell e pela indústria de combustíveis fósseis em geral”.

    Os quatro manifestantes deixaram as Ilhas Canárias em um navio nas primeiras horas da manhã de terça-feira (31), antes de se transferir para três pequenos barcos. Eles usaram equipamentos de escalada para embarcar no navio e escalar a plataforma de quase 118 metros.

    A Shell está movendo a plataforma para o campo de petróleo e gás de Penguins, a nordeste das Ilhas Shetland, na Escócia, para ajudar a abrir novos poços. Espera-se que o campo produza 45.000 barris de óleo ou gás equivalente por dia.

    Os manifestantes estimam que o navio levará cerca de 10 dias para chegar às Ilhas Shetland e planejam permanecer na plataforma durante toda a viagem.

    “Empresas de combustíveis fósseis como a Shell, que são responsáveis ​​por esse caos climático que estamos vendo em todo o mundo, precisam ser responsabilizadas”, disse Usnea Granger, uma das ativistas da plataforma, à CNN.

    “Os países que menos fizeram para causar esse caos climático em que estamos são os mais afetados, e a Shell está lucrando bilhões e bilhões e bilhões de dólares”, completou.

    Granger, que é dos EUA, disse que as experiências de clima extremo na costa oeste onde ela morava, incluindo secas e incêndios florestais, a levaram ao ativismo climático.

    “Essas ações estão causando preocupações reais de segurança, com várias pessoas embarcando em uma embarcação em movimento em condições difíceis”, disse um porta-voz da Shell em comunicado por e-mail. “Respeitamos o direito de todos expressarem seu ponto de vista. É essencial que eles façam isso com a segurança deles e dos outros em mente.”

    Pessoas e empresas ainda precisam de “um suprimento estável de petróleo e gás” à medida que a energia renovável é construída, acrescentou o porta-voz.

    A empresa disse que a produção de petróleo e gás do Mar do Norte “está diminuindo”, mas que “é importante impedir que ela diminua muito acentuadamente, enquanto a transição para a energia de baixo carbono ganha ritmo”.

    Yeb Saño, diretor executivo do Greenpeace Sudeste Asiático, disse em comunicado à imprensa que a Shell “deve assumir a responsabilidade por décadas de lucro com a injustiça climática e pagar pelas perdas e danos que eles causaram”.

    Perdas e danos referem-se ao conceito de que aqueles que mais contribuíram para as mudanças climáticas devem pagar para ajudar aqueles que estão sofrendo os piores efeitos.

    Ativistas do Greenpeace em Londres também atacaram a sede da Shell na quinta-feira, montando um falso quadro de preços de posto de gasolina exibindo os lucros da Shell com um ponto de interrogação ao lado do valor que pagará pelas perdas e danos climáticos.

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