Governo vê Brics como caminho para expandir exportações industriais
Líderes do grupo se reúnem em Cúpula, em Kazan, na Rússia, entre a terça-feira (22) e quinta-feira (24)
O governo federal vê a estrutura dos Brics como caminho para o Brasil aumentar exportações de produtos com valor agregado, em especial bens industriais. Os líderes do grupo se reúnem em Cúpula, em Kazan, na Rússia, entre a terça-feira (22) e quinta-feira (24)
Há uma avaliação de que é mais viável exportar produtos manufaturados a países do chamado Sul Global do que, por exemplo, aos Estados Unidos ou à Europa – cujas cadeias para a produção de bens industriais estão consolidadas e onde a demanda não cresce a todo vapor.
Secretário de Desenvolvimento Industrial do Mdic, Uallace Moreira destacou em entrevista à CNN que dois dos países que mais crescem no mundo, China e Índia, fazem parte do grupo e são mercados onde é possível as exportações brasileiras de valor agregado avançarem.
“Nestes países há um mercados muito grandes para os quais o Brasil pode exportar produtos industrializados. Vejo que os Brics, além de outros parceiros, são estratégicos no sentido de o Brasil ganhar mercado e exportar seus produtos com maior valor agregado”, disse o secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Essa percepção coexiste com movimento de ingresso de novas economias emergentes entre os quadros dos Brics. No ano passado, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita entraram para o grupo. E há uma série de outros pedidos.
Por um lado, os ingressos significam possibilidade de diálogo com mais nações nesta plataforma; por outro, podem ameaçar a relevância dos canais estabelecidos. Uallace defende que a avaliação sobre a entrada de novos membros aconteça “caso a caso”, a fim de preservar e reforçar relações Sul-Sul.