Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Governo vai perseguir grau de investimento até 2026, diz secretário do Tesouro

    Fitch Ratings elevou a nota de crédito do Brasil para BB; com isso, o país ficou a dois passos de atingir o chamado grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador

    Danilo Moliternoda CNN , São Paulo

    O Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira que o governo federal vai “perseguir” o grau de investimento até o fim do mandado do presidente Lula, em 2026.

    A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou a nota de crédito do Brasil para BB. Com isso, o país ficou a dois passos de atingir o chamado grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador.

    “Nós vamos perseguir o grau de investimento, este é um alvo. Nós vamos conseguir alcançar o grau de investimento? Tomara que sim. Mas vamos avançar para lá. O país precisa avançar para lá”, disse.

    Segundo o secretário, mesmo que o país ainda não tenha atingido o patamar mínimo do grau de investimento (“BBB-“), cada passo na direção deste patamar traz impactos positivo. Entre eles deve estar quedas nas taxas de juros.

    Abertura da Coletiva de Imprensa sobre "Novo Ciclo de Cooperação Federativa"
    Abertura da Coletiva de Imprensa sobre “Novo Ciclo de Cooperação Federativa” / Foto: Diogo Zacarias

    “Cada passo é um avanço. Isso é um legado, mudar um degrau já vai reduzir nossa curva de juros. Vai apoiar o trabalho do Banco Central, vai apoiar a ancoragem de expectativa. Vai atrair capital externo para o Brasil”, disse.

    “Esse avanço ressignifica o risco do país, como o mundo olha o país. A taxa de juros que os investidores cobram para financiar a dívida pública reduz em alguma medida”, completou.

    O Grau de Investimento

    A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou de “BB-” para “BB” a nota de crédito do Brasil — a aproximando do grau de investimento, que abarca os países com classificação entre “BBB” e “AAA”.

    Entre 2008 e 2015, o Brasil foi reconhecido como um lugar onde o investidor podia investir com alguma tranquilidade, com a classificação “BBB-” da agência, já dentro do grau de investimento.

    A escala de classificação de crédito da Fitch vai de “AAA” (mais positiva) a “D” (menos positiva). São utilizados ainda sufixos “+” ou “-” para indicar diferentes probabilidades de inadimplência.

    Entre “AAA e “BBB” está enquadrado o chamado grau de investimento. O termo é usado para definir que uma instituição está em boas condições para receber investimentos.

    Já entre “BB” e “D” está o chamado “grau especulativo”. Essa classificação é dada  às empresas e governos que apresentam um risco maior de dar calote.

    O grau especulativo assim é chamado porque a relação que os investidores têm com as instituições que recebem essa nota não é exatamente de confiança e segurança, mas muito mais baseada em riscos altos e, automaticamente, maiores remunerações.

    Fazenda comenta elevação

    Após a elevação de nota, o Ministério da Fazenda afirmou estar comprometido com “a agenda de reformas em curso” e seus impactos.

    “A Fazenda reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços”, diz em nota.

    Dentre a agenda de reformas mencionada, a Fazenda destaca a reforma tributária, que foi aprovada na Câmara dos Deputados e aguarda o retorno dos trabalhos legislativos para ser tramitada no Senado Federal.

    Pacote para entes

    O secretário do Tesouro falou em evento no qual a Fazenda apresentou um pacote de medidas que mira o ajuste fiscal e o acesso ao crédito em estados e municípios.

    Entre as novidades estão mudanças para as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), do Capag (que mede a capacidade de pagamento dos entes), além de incentivos a parcerias público-privadas (PPPs) de entes.

    Uma das novas medidas introduz a partir de 2027 regra na qual estados e municípios que tiverem “descasamento” entre caixa e obrigações assumidas vão receber medidas restritivas para novas despesas e renúncias de receitas.

    “Isso é um problema [descasamento], é semelhante a ‘entrar no cheque especial’. Mas o ente não tem esse cheque, então ele começa a atrasar pagamento de fornecedores, de pessoal. Por isso, ocorre no Brasil, em alguns entes, colapsos de serviços essenciais, o que afeta a população”, explicou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

    “Se em um determinado ano houver esse descasamento, o ente vai ter restrições no próximo exercício para a criação de novas despesas, de maneira semelhante às que vão existir para o governo federal com o novo arcabouço fiscal“, completou.

    Tópicos