Governo precisa dar fôlego às companhias aéreas, diz especialista em aviação
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) afirmou que essa é a pior crise dos últimos 12 anos
A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) fez com que as companhias aéreas brasileiras decidissem reduzir em 50% o número de voos domésticos nos próximos meses. Para os voos internacionais, o corte chega a 95%.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), essa é a pior crise dos últimos 12 anos. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), que representa 290 companhias espalhadas pelo mundo, explica a crise em números: o surto do vírus pode provocar um rombo de US$ 113 bilhões, o que corresponde a aproximadamente R$ 565 bilhões na receita das empresas.
Para André Castellini, consultor em aviação, o governo deveria considerar fornecer empréstimos para as empresas sólidas e bem administradas, além de adiar a cobrança de certas taxas e impostos.
Castellini explica porque o drama das aéreas deve acontecer. “Quando a empresa reduz seus voos em 80%, ela perde 80% do faturamento, enquanto os custos vão cair, talvez, em 40%. As companhias vão ter prejuízos gigantescos de qualquer maneira, porque não tem empresa que aguente, por mais saudável que seja seu balanço, uma perda de receita de 70%, 80% durante três e quatro meses”, diz.
Em países como a França e a Itália, os governos não descartam a possibilidade de estatizar as companhias para evitar falências.