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    Governo mira big techs e vai discutir regulamentação de mercado online

    Ministério da Fazenda abriu consulta pública para debater tema após conversas com empresas

    Gabriela Pradoda CNN , Brasília

    O Ministério da Fazenda abriu uma consulta pública nesta sexta-feira (19) para discutir se há necessidade da criação de novas regras para regulamentar a concorrência do mercado online. Uma possível regulamentação mira as big techs para evitar monopólios e concorrência desleal.

    “Essas grandes empresas eventualmente adquirem outras empresas menores, não necessariamente por interesse, mas para acabar a empresa (killer aquisition). Essas plataformas também acumulam muitos dados”, comentou o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, em coletiva à imprensa.

    “Essas características dão espaço para que essas plataformas usem práticas anticompetitivas, como acordos de exclusividade e dar preferência aos próprios produtos, com condições especiais de entrega, por exemplo”.

    O secretário reconhece que a formatação de uma proposta enfrenta desafios, já que o mercado é dinâmico e uma eventual proposta teria que preservar a capacidade de inovação, e não trazer mais encargos. Entretanto, Marcos Pinto disse que o governo já iniciou o diálogo com as big techs para tratar do tema.

    “Elas [as empresas] nos receberam muito bem, porque não viemos com um ‘prato feito’, a gente optou por um caminho de mais prudência e consultar todo o mercado e entender profundamente o assunto para ver se necessita regulamentação e entraves eventuais”, disse.

    A Fazenda estuda modelos utilizados em outros países que avançaram na regulamentação da concorrência online, como na União Europeia. Em 2022, o bloco adotou o Digital Market Act (DMA) ou Ato do Mercado Digital, em tradução livre.

    A consulta quer definir desde o tipo de empresa que se encaixaria na regulamentação até se seria necessário criar um órgão específico como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para definições sobre a concorrência.

    O documento estará disponível até 18 de março de 2024. Os resultados enviados podem dar subsídios para o governo contribuir ou formular propostas sobre o tema.

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