Gol perde R$ 2,3 bi no 1º tri e espera ter caixa até fim do ano, mesmo sem ajuda
Um ano atrás, o prejuízo da Gol de janeiro ao fim de março havia sido de R$ 32 milhões. Depreciação do real em relação ao dólar pesou
A Gol afirmou nesta segunda-feira que tem caixa e reservas suficientes para suas operações até o final do ano, mesmo sem ter acertado até o momento um apoio financeiro de R$ 3 bilhões junto ao BNDES.
A empresa teve prejuízo líquido de R$ 2,3 bilhões nos três primeiros meses do ano, praticamente por causa da depreciação do real em relação ao dólar, que impacta suas despesas e custos financeiros. Um ano atrás, o prejuízo da Gol de janeiro ao fim de março havia sido de R$ 32 milhões.
Os efeitos da pandemia de coronavírus, que obrigou setor aéreo mundial a praticamente deixar grande parte de seus aviões em terra, teve pouco efeito no balanço da companhia do período, afirmou a Gol, que divulgou números não auditados nesta segunda-feira.
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A empresa informou que adiou o balanço com aval de auditores para 15 de maio porque eles pediram mais duas semanas para terminar o trabalho.
No mês passado, a auditores da aérea colombiana Avianca Holdings manifestaram “substanciais dúvidas” sobre a capacidade da companhia seguir em operação daqui um ano.
No balanço não auditado desta segunda-feira, a Gol afirmou que espera reduzir a queima de caixa diária para R$ 7 milhões no segundo semestre. Se a empresa conseguir cumprir isso, terá R$ 2,6 bilhões em caixa até o final do ano.
No primeiro trimestre, o consumo diário de caixa da Gol foi de cerca de R$ 22 milhões. A empresa afirmou que espera que o número se reduza para 9 milhões até o final de junho, menos que os 12 milhões esperados anteriormente para o segundo trimestre.
A empresa também informou que espera que a receita do segundo trimestre seja de R$ 900 milhões, ante 3,1 bilhões um ano antes. A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente no período deve cair de 25,9% para cerca de 6%.
A Gol afirmou que pretende manter oferta reduzida até o final do ano, com uma frota média no segundo trimestre de 27 aviões, para a qual espera uma taxa de ocupação aproximada de 80%.
A expectativa para a relação dívida líquida sobre Ebitda no fim de junho é de 2,9 vezes ante 2,4 vezes no final de março. No primeiro trimestre de 2019, a alavancagem era de 3,2 vezes.