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    Fórum Econômico Mundial: veja o que líderes mundiais discutem em Davos neste ano

    IA e crise climática estão entre principais tópicos da agenda

    Nicole Goodkindda CNN , Nova York

    Os céus da Suíça estão tomados por jatos transportando líderes empresariais e políticos, especialistas e bilionários para Davos para o Fórum Econômico Mundial (WEF), um evento anual onde a elite discute as questões mais urgentes do ano em encontros tomados por bifes de US$ 150 e martinis de US$ 40.

    Este ano, mais de 60 chefes de estado, incluindo o presidente de Israel Isaac Herzog, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, o presidente da França Emmanuel Macron e o segundo em comando da China, Li Qiang, estarão presentes.

    Os Estados Unidos também tem seus representantes na mesa, como o Secretário de Estado Antony Blinken, o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan e o Enviado Presidencial Especial para o Clima John Kerry.

    Os executivos incluem o CEO da Microsoft, Satya Nadella; o CEO da OpenAI, Sam Altman; o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon; o CEO do Bank of America, Brian Moynihan; e o CEO da BlackRock, Larry Fink; para citar alguns.

    O mundo vota

    Com vários países de impacto no cenário internacional se aproximando de eleições cruciais este ano (metade da população mundial irá às urnas em 2024), os líderes estão preocupados com a forma como estes eventos poderão remodelar as alianças internacionais e as políticas econômicas.

    De particular interesse são as primárias republicanas nos Estados Unidos e como Donald Trump, que venceu a primeira disputa de 2024 no estado de Iowa na segunda-feira (15), poderá se sair.

    “É uma ameaça, é algo que preocupa muito as pessoas, e também pode ser talvez um alerta [para a Europa]”, disse o vice-presidente da BlackRock, Philipp Hildebrand, à CNN Internacional, na segunda-feira, sobre a candidatura de Trump à reeleição.

    Este ano também traz eleições importantes em Taiwan – onde um opositor da China venceu as eleições -, Índia, México e na Rússia.

    Catástrofes climáticas

    As mudanças climáticas são um tema quente à medida que os líderes se reúnem para discutir o equilíbrio entre o crescimento econômico e a sustentabilidade.

    O Fórum de Davos ocorre poucos dias após cientistas de todo o mundo terem informado que 2023 foi o ano mais quente da história. Essa mudança afastou o mundo por centésimos de grau de um patamar climático crítico.

    O relatório Riscos Globais do WEF, publicado na semana passada, concluiu que as alterações climáticas são um dos maiores riscos que o mundo enfrenta.

    O relatório também afirma que a cooperação entre os líderes globais nesta questão é escassa. Assim, embora os líderes provavelmente discutam a utilização de combustíveis fósseis e o desenvolvimento verde, poderá não haver muito acordo.

    O WEF, entretanto, disse que um aumento de eventos climáticos extremos, incluindo o aumento das temperaturas e inundações e incêndios florestais desenfreados, poderia levar a uma “catástrofe global” dentro de 10 anos.

    “Década perdida”

    Num mundo que ainda está se recuperando do choque econômico da pandemia e com uma desigualdade de renda elevada, a economia global será provavelmente o tema mais discutido.

    O Banco Mundial disse na semana passada que a economia global deverá desacelerar para a pior meia década de crescimento dos últimos 30 anos. Sem “uma grande correção de curso”, disse o banco, esta será “uma década de oportunidades desperdiçadas”.

    “Vai ser muito difícil ganhar dinheiro”, disse Nicolai Tangen, CEO do Norges Bank, que gere o fundo de pensões governamental de US$ 1,4 trilhões (R$ 6,85 bilhões) da Noruega e se autodenomina o maior investidor individual do mundo no mercado de ações, à CNN em Davos.

    “Penso que será difícil eliminar a inflação e estamos notando aumentos salariais em muitas partes do mundo. Vemos o clima impactar a inflação agora, vemos as rotas de transporte serem afetadas. A geopolítica não é boa, por isso não parece particularmente bom”, disse ele.

    Queda de empregos

    O potencial da inteligência artificial (IA) para transformar as economias e as suas implicações éticas será outro ponto focal esta semana.

    Quase 40% dos empregos em todo o mundo poderão ser afetados pela ascensão da IA, uma tendência que provavelmente aprofundará a desigualdade, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

    Em uma postagem no domingo (14), a chefe do FMI, Kristalina Georgieva, apelou aos governos para que estabeleçam redes de segurança social e ofereçam programas de reciclagem para combater o impacto da IA.

    “Na maioria dos cenários, a IA irá provavelmente agravar a desigualdade geral, uma tendência preocupante que os políticos devem abordar pró-ativamente para evitar que a tecnologia alimente ainda mais as tensões sociais”, escreveu ela antes da reunião do WEF, onde o tema deverá estar no topo da agenda.

    Entretanto, as preocupações com a perturbação das eleições pela IA também lideraram a lista dos maiores riscos para 2024, de acordo com um relatório do WEF.

    Altman, da OpenAI; e Nadella, da Microsoft; falarão em Davos como parte de um programa que inclui um debate sobre se a IA generativa pode desencadear outra revolução industrial.

    Tensões geopolíticas

    Com os conflitos na Europa e no Oriente Médio e as crescentes tensões entre os Estados Unidos e a China, a geopolítica será outro tema importante de conversa.

    Líderes reuniram-se em Davos no domingo para discutir o plano de paz de 10 pontos de Zelensky para acabar com a guerra da Ucrânia. Espera-se que Zelensky faça um discurso ainda na terça-feira (16) e se encontre com Dimon, do JPMorgan.

    Já o presidente israelense, Herzog, participará de uma conversa sobre “alcançar a segurança e cooperar num mundo fraturado”, com o secretário de Estado dos EUA, Blinken; e o presidente executivo do WEF, Klaus Schwab; no final desta semana.

    Texto originalmente publicado em inglês pela CNN Internacional

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