Força de bancos médios alimenta receio de crise nos Estados Unidos
Embora sejam chamados de "pequenos", esses bancos têm escala nacional e, por isso, há preocupação com um efeito dominó no setor e seus impactos para o país
Epicentro da turbulência bancária das últimas semanas, bancos regionais e de médio porte nos Estados Unidos passaram a ter a saúde financeira questionada após dois deles fecharem as portas no país em questão de dias.
Diferentemente do Brasil, onde as instituições financeiras menores são mais de nicho e costumam ter atuação limitada a pequenas e médias empresas, nos EUA esse segmento dá suporte aos pequenos negócios, garante a maioria do dinheiro para a compra da casa própria e têm em mãos metade dos depósitos dos americanos, dividindo o palco com pesos-pesados de Wall Street como JPMorgan Chase e Citigroup.
Embora sejam chamados de “pequenos”, esses bancos têm escala nacional e, por isso, há preocupação com um efeito dominó no setor e seus impactos para a maior economia do mundo.
Nos EUA, esses bancos detêm metade dos depósitos, boa parte não segurado, e presença marcante no crédito, respondendo até por mais de 50% em algumas modalidades de empréstimos.
Como comparação, no Brasil os oito maiores conglomerados financeiros têm 80% dos ativos e a maioria dos correntistas pessoas físicas.
“Essa grande classe de bancos é muito valiosa para pequenas e médias empresas. Eles são financiados em grande parte por depósitos não segurados, e que foram revelados um risco muito maior do que qualquer um imaginava nas últimas semanas”, afirmou o vice-presidente e diretor associado para bancos da FactSet, Sean Ryan, em entrevista ao Estadão/Broadcast.