Focus: mercado eleva inflação de 2020 a 4,39% e reduz crescimento do PIB em 2021
Esse é o maior patamar do ano para a projeção do indicador. Na semana passada, a previsão estava em 4,35%
Em nova alta, o mercado financeiro elevou as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, para 4,38%. Esse é o maior patamar do ano para a projeção do indicador. Na semana passada, a previsão estava em 4,35%. A projeção do indicador para o ano que vem também subiu, de 3,34%, uma semana atrás, para 3,37%.
Os números são do Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (14). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
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Embora acima da meta deste ano, de 4,00%, o valor segue dentro da margem de de 1,5 ponto porcentual. Com a tolerância, a meta pode variar de 2,50% a 5,50%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para persegui-la, o BC eleva ou reduz a taxa de juros básica, a Selic, atualmente na mínima histórica, a 2% ao ano.
Como consequência da recessão econômica e dos demais impactos da pandemia de Covid-19 na economia, a projeção do mercado financeiro para a inflação despencou desde março. Em seu menor patamar, atingido em junho, a expectativa chegou a ser de 1,52%, valor bem abaixo do piso da meta.
No entanto, com o início da retomada econômica e a alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis, que devem registrar forte alta em outubro e novembro, as previsões para o IPCA têm avançado. Um IPCA mais alto em 2020 pode acelerar o movimento de alta de juros pelo BC em 2021, já que a taxa básica de juros, a Selic, é a principal ferramenta da política monetária para o controle da inflação.
Atualmente, a Selic está na mínima histórica de 2% ao ano. No entanto, a expectativa é que no fim do ano que vem, a taxa já tenha alcançado os 3% ao ano.
Desempenho do PIB
Enquanto as projeções para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) seguem no patamar de queda de cerca de 4% – passando de 4,41%, na semana passada, para 4,40% nesta edição do Boletim -, a previsão para o desempenho econômico no ano que vem recuou levemente de 3,5%, uma semana atrás, para 3,46%.
A previsão de recessão econômica este ano reflete os impactos da pandemia da Covid-19, na economia nacional e mundial, que também caminha para uma retração. No ano que vem, a expectativa é de uma forte e rápida retomada da atividade econômica.
A projeção do mercado é melhor do que a previsão oficial da equipe econômica, que espera queda de 4,5%.
Apesar de terem melhorado suas expectativas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda veem retração de 5,4% e 5,8% na economia brasileira. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a recessão da economia brasileira seja de 5%.