Fitch reduz projeção para crescimento global em 2021, de 6,3% a 6,0%
Pressões inflacionários influenciam o debate político, segundo a agência
A Fitch afirma que a recuperação da economia global segue em ritmo rápido, mas “está atingindo seus limites de velocidade”. A constatação está em seu relatório Perspectiva Econômica Global, no qual ela nota que gargalos na oferta contêm o ritmo da expansão na produção, além de criar pressões inflacionárias no curto prazo. Nesse quadro, a agência informa que revisou sua projeção para o crescimento do mundo, de 6,3% em junho a 6,0%.
A Fitch acredita que essas pressões “devem desacelerar de modo significativo em 2022”, segundo Brian Coulton, economista-chefe da agência. As pressões sobre os preços, porém, mudam o tom do debate político e o apoio fiscal e monetário para o crescimento deve começar a diminuir no próximo ano, adverte.
Problemas do lado da oferta limitam o ritmo da recuperação. A Fitch cortou também a projeção para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos em 2021, de 6,8% em junho a 6,2%.
Uma parcela maior do crescimento na demanda se reflete em altas nos preços e as projeções para a inflação nos EUA foram revisadas novamente para cima, aponta.
A Fitch revisou para baixo a expectativa de crescimento da China, de 8,4% a 8,1%, com a desaceleração do setor imobiliário pesando na demanda.
Já a previsão para o avanço do PIB da zona do euro foi revisado em alta, de 5,0% a 5,2% em 2021. Polônia, Turquia, México, Rússia e África do Sul também tiveram revisões para cima.
A agência destaca ainda que as pressões inflacionárias influenciam o debate político. O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve começar a reduzir suas compras de bônus em novembro, prevê a Fitch, que antecipa agora duas altas de juros pelo Fed em 2023.