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    FGTS: Trabalhadores devem priorizar dívidas e consumo básico, dizem economistas

    Repasse vai ajudar as famílias assalariadas a desafogar as dívidas, mas poder aquisitivo ainda deve permanecer afetado, avaliam economistas

    Camille Coutoda CNN Rio de Janeiro

    Com a liberação para o saque de R$ 1.000 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), anunciado pelo governo federal nesta quinta-feira (17), a Associação Brasileira de Varejo (ABV) já estima um crescimento nas vendas.

    A projeção é de 15%, parecido com os das festas de final de ano, a exemplo do último Natal. Porém, a previsão é que consumidor priorize os produtos básicos e o pagamento de dívidas. O repasse deve estar disponível a partir de abril.

    De acordo com o presidente da ABV, Luiz Gustavo Santos e Silva, a medida deve aliviar a situação dos comerciantes diante da frequente elevação da taxa Selic. Entretanto, é esperado um aumento nas vendas de itens de uso essencial.

    “Temos que nos atentar para a inflação sobre produtos básicos, como aconteceu na liberação das primeiras parcelas do auxílio emergencial. Supermercados serão os estabelecimentos mais procurados. A pandemia do Covid- 19 desempregou, em média, 377 brasileiros por hora no Brasil, deixando milhares de famílias passando necessidade extrema. Primeiro o brasileiro precisa suprir as necessidades básicas, para posteriormente conseguir a recolocação profissional”; explicou.

    Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta que a arrecadação deve chegar a R$ 27.400 bilhões destinados a: comércio 36%, serviços 34%, quitação de dívidas 24%, e apenas 6% para a poupança. Fábio Bentes, economista da CNC explicou que o comportamento do consumidor foi afetado pelo comprometimento da inflação e juros.

    “O grau de endividamento, sem expectativa de aumentos, teria movimentação no comércio. Mas em um cenário desses, as famílias percebem que se encontram mais apertadas e tendem a segurar um pouco no consumo;” destacou, Bentes.

    Para economista Gilberto Braga, professor da IBMEC, o saque do fundo de garantia deve moderar as dívidas acumuladas por conta dos reajustes nos preços, sentido com mais intensidade no bolso do assalariado. Além de ajudar no equilíbrio orçamentário das famílias brasileiras, mas o poder aquisitivo ainda ficará afetado, com exceção do consumo básico.

    “As pessoas estão muito endividadas. Estamos com uma inflação de mais de 10% acumulada (anual), há mais de seis meses. Essa inflação persistente e ataca, sobretudo, quem tem menos condições de se defender, que é o assalariado. Quem presta serviço, quem produz, quem fabrica, acaba que repassa o aumento de custo inflacionários dos seus preços. Mas o assalariado, quando tem reajuste, é uma vez a cada doze meses. Então, de fato, vai para pagamento de dívida e para consumo básico. Essa é a expectativa que se tem;” completou o economista.

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