Fernando Molica: Proposta de ICMS fixo é claramente política
No quadro Liberdade de Opinião, jornalista analisou proposta do presidente da Câmara para reduzir em até 8% o preço da gasolina
No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (6), o jornalista Fernando Molica analisou a fala do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis. Segundo Lira, fixar o valor do imposto com base no preço dos últimos dois anos diminuiria o preço da gasolina em 8%.
Para Molica, a proposta é “claramente política”. “Tem um viés político, como tudo na vida. O que aumentou o preço dos combustíveis e se refletiu no ICMS foram a cotação do dólar, que disparou desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, e também os preços internacionais do petróleo. Os percentuais de ICMS, que são altos, não mudaram nos últimos anos”, disse.
“Nesse primeiro momento, a proposta atingiria o objetivo de gerar uma redução no preço do combustível. O presidente da Câmara falou em 8%, ou seja, não mudaria muita coisa. A gasolina, nos últimos 12 meses, aumentou cerca de 40%. Com uma diminuição de 8%, onde se cobra R$ 7 a gasolina passaria para R$ 6,40.”
“Os governadores rejeitam [a proposta] e ainda não há um acordo. Conversei com o líder do governo, Ricardo Barros, e ele disse que ainda não há acordo na proposta. E a oposição vai ter dificuldade de votar contra uma proposta que diminua o preço dos combustíveis”, continuou o jornalista.
“No entanto, essa história do cálculo de dois anos pode fazer com que, no futuro, o ICMS contribua para aumentar ainda mais o preço do combustível. Agora, o dólar está muito alto e o barril do petróleo é em torno de US$ 80. Se a cotação do barril do cair, essa memória alta do preço hoje, em 2021, pode contaminar o ICMS que vai ser cobrado em 2022 e 2023. O que hoje diminui pode fazer com que, lá na frente, aumente o preço dos combustíveis”, disse Molica.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Fernando Molica e Gisele Soares. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.
(Publicado por Daniel Fernandes)
