Fed mantém juros e eleva previsão para alta do PIB e da inflação nos EUA
Banco central dos EUA reafirmou sua política de estímulos à economia em meio à crise do coronavírus
O Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou nesta quarta-feira (17) que a taxa de juros americana permanece entre 0% e 0,25% ao ano, e reafirmou sua política de estímulos à economia em meio à crise do coronavírus. A decisão foi unânime.
A autoridade também alterou suas previsões para a economia americana, com alta na expectativa de crescimento para 6,5% em 2021, ante 4,5% esperados anteriormente. Da mesma forma, a taxa de desemprego deverá cair, segundo a nova previsão, para 4,5% até o final do ano, ante 5% projetados em dezembro.
Já o ritmo de altas de preços deve agora superar a meta de 2% do Fed para o ano, atingindo 2,4% antes de cair de novo em 2022.
Em comunicado, o comitê de política monetária dos EUA (FOMC, na sigla em inglês) disse que a autoridade está empenhada em usar toda a sua gama de ferramentas para apoiar a economia dos EUA neste momento desafiador, promovendo assim suas metas de emprego máximo e estabilidade de preços.
“A trajetória da economia dependerá significativamente do curso do vírus, incluindo o progresso das vacinações. A atual crise de saúde pública continua pesando sobre a atividade econômica, o emprego e a inflação, e apresenta riscos consideráveis para as perspectivas econômicas”, diz.
Além disso, Fed diz que continuará a aumentar suas participações em títulos do Tesouro em pelo menos US$ 80 bilhões por mês e em títulos garantidos por hipotecas de agências em pelo menos US$ 40 bilhões por mês até que um progresso substancial de recuperação do emprego e dos preços seja notado.
“Essas compras de ativos ajudam a promover o funcionamento regular do mercado e condições financeiras acomodatícias, apoiando assim o fluxo de crédito para famílias e empresas”, diz na nota.
Revisão de estratégia
A taxa de juros americana já foi cortada duas vezes pelo Fed desde o início da pandemia, de um limite inferior de 1,5%, a zero. A instituição tem compensado o pouco espaço que sobra para reduzir os juros injetando liquidez no mercado. Essa prática, feita por meio da compra de títulos públicos, injetou uma quantia sem precedentes de dinheiro na economia nos últimos meses.
A política monetária do Fed foi revisada em agosto do ano passado, com aumento do foco no “pleno emprego”. Pela nova estratégia, a autoridade passa a ser mais tolerante com níveis mais altos de inflação, desde que a média da variação dos preços no longo prazo seja de 2%. A expectativa é que os juros fiquei perto de zero por um bom tempo, de acordo com o presidente da instituição, Jerome Powell.
(Com Reuters)