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    Fed está preocupado com possibilidade de cortar juros muito cedo, diz ata

    Reunião de janeiro encerrou com manutenção das taxas no patamar de 5,25% a 5,5%

    Reuters , Washington

    A maior parte dos formuladores de política monetária na última reunião do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) estava preocupada com os riscos de cortar a taxa básica de juros cedo demais, com ampla incerteza sobre por quanto tempo os custos dos empréstimos deveriam permanecer no patamar atual, conforme ata da sessão de 30 e 31 de janeiro.

    “Os participantes destacaram a incerteza associada ao tempo que uma postura de política monetária restritiva precisaria ser mantida” para que a inflação voltasse à meta de 2% do Fed, segundo a ata publicada nesta quarta-feira (21).

    Enquanto “a maioria dos participantes destacou os riscos de agir muito rapidamente para flexibilizar a postura da política monetária”, apenas “alguns (…) apontaram os riscos negativos para a economia associados à manutenção de uma postura excessivamente restritiva por muito tempo”.

    Os formuladores de política monetária concordaram “de modo geral” que precisavam de “maior confiança” na queda da inflação antes de considerar a possibilidade de cortar os juros, de acordo com a ata, em uma linguagem que parecia enfatizar uma abordagem cuidadosa e talvez mais lenta para os cortes na taxa básica que os participantes do mercado agora esperam que comecem em junho.

    “Alguns participantes” citaram o risco de que o progresso em relação à inflação pudesse estagnar se a economia continuasse a ter um desempenho tão forte quanto tem tido, disse a ata.

    Em sua reunião de janeiro, o Fed manteve sua taxa de juros de referência “overnight” inalterada na faixa de 5,25% a 5,5%, definida em julho, e abriu a porta para cortes nos juros assim que os formuladores de política monetária “ganhassem maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável” para a meta de 2% do banco central dos Estados Unidos.

    O chair do Fed, Jerome Powell, em sua coletiva de imprensa em 31 de janeiro, basicamente descartou um corte nos juros na reunião de 19 e 20 de março, e a ata sugere que não foi uma decisão particularmente difícil.

    Dados divulgados após a última reunião do Fed mostraram crescimento do emprego e inflação mais fortes do que o esperado em janeiro.

    Embora esses relatórios não tenham mudado a opinião geral entre os formuladores de política monetária de que a inflação continuará em queda este ano, eles não contribuíram muito para aumentar a “confiança” que as autoridades desejam antes de flexibilizar a política monetária restritiva usada para combater o pior surto de inflação desde a década de 1980.

    Enquanto isso, a equipe do Fed destacou uma variedade de riscos, desde vulnerabilidades “notáveis” no sistema financeiro dos EUA, incluindo a queda dos preços dos imóveis comerciais, até a possibilidade de que “a redução da inflação possa levar mais tempo do que o esperado” Isso, por sua vez, poderia “desacelerar o ritmo da atividade real” mais do que o esperado.

    A ata também mencionou as próximas decisões sobre quando e como parar de reduzir o tamanho do balanço patrimonial do Fed, com “muitos participantes” sugerindo o início de discussões “aprofundadas” sobre a política do balanço patrimonial na próxima reunião de março.

    A rápida flexibilização das condições financeiras durante o quarto trimestre de 2023, depois que o Fed começou a sinalizar que os aumentos dos custos de empréstimos provavelmente haviam terminado, já havia se esgotado em grande parte quando as autoridades se reuniram no final de janeiro.

    Desde então, o cenário tem sido misto: os rendimentos dos Treasuries aumentaram em mais de 0,25 ponto percentual, pondo fim, por enquanto, a uma queda nos custos de empréstimos para consumidores e empresas, mas as ações continuaram a atingir recordes.

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