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    Fechamento para reparos do gasoduto russo Nord Stream 1 preocupa autoridades

    Autoridades expressaram preocupação sobre se os fluxos de gás serão reiniciados assim que o período de reparo terminar em 10 dias

    Desde que o Ocidente atingiu a Rússia com sanções contundentes após a invasão da Ucrânia, uma pergunta assustadora surgiu: e se a Rússia desligar o gás natural para a Europa?

    É um cenário de pesadelo que mergulharia a economia da região em uma profunda recessão.

    Essa possibilidade é objeto de novas preocupações, já que a manutenção do oleoduto Nord Stream 1 da Rússia para a Alemanha começou nesta segunda-feira (11). As autoridades expressaram preocupação sobre se os fluxos de gás serão reiniciados assim que o período de reparo terminar em 10 dias.

    “Embora isso costumava ser um procedimento de rotina que dificilmente atraiu atenção, teme-se desta vez que a Rússia não retome os embarques de gás depois”, disseram analistas do Commerzbank em nota aos clientes.

    Os fluxos através do gasoduto já haviam sido reduzidos. No mês passado, a Alemanha — a maior economia da Europa — declarou uma “crise do gás” depois que a Gazprom, empresa estatal de gás da Rússia, reduziu as exportações através do Nord Stream 1 em 60%.

    A Gazprom culpou a decisão do Ocidente de reter turbinas vitais por causa de sanções, mas foi visto por políticos na Europa como um tiro de alerta.

    “Tudo pode acontecer. Pode ser que o gás volte a fluir, ainda mais do que antes. Pode ser que nada aconteça”, disse Robert Habeck, ministro da Economia da Alemanha, no domingo em uma entrevista de rádio.

    “Sinceramente, sempre temos que nos preparar para o pior e trabalhar um pouco para o melhor.”

    O ministro das Finanças da França também disse no domingo que o país deve agir com rapidez e eficiência para se preparar para um “corte total do gás russo”, embora seja menos dependente do gás como fonte de energia do que a Alemanha.

    O Nord Stream 1, que entrou em operação em 2011, transporta 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano para a Europa através do Mar Báltico.

    Normalmente, a Gazprom lida com o período de manutenção aumentando os suprimentos que viajam para a Europa através de outros oleodutos ou de armazenamento.

    Desta vez, a empresa disse que não é uma opção, de acordo com a S&P Global Commodity Insights.

    A gigante italiana de gás Eni disse na segunda-feira que foi informada pela Gazprom que começará a fornecer 21 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A média dos últimos dias foi de cerca de 32 milhões de metros cúbicos por dia.

    A Europa está correndo para se livrar da energia russa, mas reduzir a dependência do gás é particularmente difícil.

    A região recebeu 45% de suas importações de gás natural da Rússia no ano passado e atualmente está correndo para reabastecer as instalações de armazenamento antes do inverno.

    Berlim ativou a segunda fase de seu programa de emergência de gás de três estágios. Isso leva a um passo mais perto do racionamento de suprimentos para os participantes da indústria, um passo que seria um grande golpe para o coração manufatureiro da economia do país.

    Os consumidores foram instruídos a reduzir a demanda à medida que os esforços de conservação aumentam. Na semana passada, o maior proprietário de terras da Alemanha disse que reduzirá o calor para centenas de milhares de moradores nos próximos meses.

    Os preços de referência do gás natural na Europa atingiram seu nível mais alto desde março da semana passada. Eles podem continuar a subir nos próximos dias, intensificando a pressão sobre os governos para desenvolver planos de contingência.

    “As preocupações provavelmente aumentarão ainda mais o preço do gás até que fique claro o que acontecerá com o fornecimento de gás assim que o trabalho de manutenção for concluído”, disse o Commerzbank.

    — Chris Liakos contribuiu com reportagem.

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