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    Falta de transparência dos cálculos do governo reduz credibilidade no país, diz Marcos Lisboa à CNN

    Para o ex-secretário do Ministério da Fazenda e presidente do Insper, a indefinição sobre como o governo fechará as contas de 2024 pode gerar incertezas nos agentes econômicos

    Iasmin Paivada CNN , São Paulo

    A falta de transparência sobre como o governo pretende fechar as contas de 2024 pode prejudicar o equilíbrio fiscal do Brasil e atingir a credibilidade da equipe econômica junto a diversos agentes econômicos.

    A avaliação é do ex-secretário do Ministério da Fazenda e presidente do Insper, Marcos Lisboa, que falou nesta quinta-feira (10) à CNN.

    Segundo o economista, tanto agentes do mercado doméstico como do exterior podem perder a confiança no equilíbrio fiscal do país em meio a indefinição sobre qual caminho será tomado no texto do Orçamento 2024, aumento das receitas ou redução das despesas.

    O governo federal tem até o dia 31 de agosto para enviar ao Congresso Nacional a proposta para o Orçamento de 2024.

    É nesta proposta que a equipe econômica mostrará como irá cumprir a meta fiscal prometida pelo próprio governo, que é de tirar as contas do vermelho e zerar o déficit primário no ano que vem – ou seja, não voltar a gastar mais do que arrecada.

    Para o especialista, o governo começou o ano bem em relação à pauta fiscal. “Reconhecer a necessidade de controlar as despesas foi um bom sinal”, afirmou. 

    Contudo, a falta de transparência nos cálculos foi o principal problema da equipe. “Esse bom começo vai perdendo a força a partir do momento que não temos confiança nos números, porque eles mudam o tempo todo”, avalia. 

     

    Fatores para o equilíbrio

    A expectativa do especialista sobre o Orçamento do próximo ano, é de que “vai ser difícil as contar ficarem no azul” – contrariando a própria meta do governo.

    Na avaliação de Lisboa, o governo tem discutido o orçamento, mas não se tem discutido “a qualidade do gasto público, para onde vai esse dinheiro”.

    Além disso, ele defende, de fato, um maior controle de gastos. “O governo de transição já colocou uma lei para aumentar os gastos, tem várias promessas de aumento de gastos, e precisa aumentar a receita para dar conta desses gastos que foram prometidos”. 

    Ele ressalta que alguns desses gastos já se tornaram emendas constitucionais, “agora não tem mais volta”.

    Veja também: Expectativas e dúvidas sobre o orçamento fiscal


    *Produzido por Bárbara Brambila

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