Expectativa é de concluir acordo Mercosul-UE neste ano, diz secretária à CNN após reunião em Bruxelas
Tatiana Prazeres fez parte da comitiva brasileira que foi à Bélgica para debater com a UE os termos e a nova lei antidesmatamento do bloco europeu
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Tatiana Prazeres, afirmou em entrevista à CNN que persiste a expectativa de que o acordo entre Mercosul e União Europeia seja concluído ainda neste ano.
Prazeres fez parte da comitiva brasileira, formada por membros do Mdic e do Itamaraty, que foi a Bruxelas para debater com a UE os termos do acordo e a nova lei antidesmatamento do bloco europeu. As reuniões ocorreram entre quarta-feira (25) e quinta-feira (26).
“A conversa foi produtiva para avançar na convergência de posições e para se ter tenha clareza de quais são os pontos mais sensíveis. A expectativa é de que a gente possa concluir a negociação ainda neste ano”, disse.
Paraguai, Uruguai e Argentina (remotamente) também participaram das conversas. A secretária destacou os “sinais do elevado nível de engajamento” de todas as partes que compõem a negociação.
Ela indica que entre segunda-feira (30) e terça-feira (31) negociadores da União Europeia vêm à Brasília para dar continuidade às conversas.
Daqui para frente, o foco é debater extensivamente as divergências mapeadas — entre elas a lei antidesmatamento do bloco, que também foi tema da reunião entre as comitivas.
Para Prazeres, os temas estão correlacionados. Ela destaca que o acordo é negociado com expectativas de acesso aos mercados, mas a nova legislação ambiental tem impactos comerciais.
“A União Europeia avança com legislação ambiental a despeito do impacto comercial. A preocupação brasileira, e do Mercosul como um todo, é de que haja preservação do equilíbrio das concessões comerciais que estão sendo acordadas no âmbito do acordo Mercosul-União Europeia”, disse.
Ela destaca a preocupação de que os termos do acordo se mantenham equilibrados ao longo do tempo, mas reitera que o governo brasileiro também tem interesse no avanço da agenda ambiental.