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    Ex-presidente do BC defende veto a reajuste de servidores e critica Pró-Brasil

    Em meio à pandemia da Covid-19, Gustavo Loyola ainda afirmou que recuperação econômica depende do restabelecimento da saúde dos brasileiros

    Ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Loyola, doutor em Economia e sócio da Tendências Consultoria, afirmou à CNN nesta sexta-feira (8) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve vetar o reajuste a servidores, que o plano Pró-Brasil foi “equivocado” e que a recuperação econômica depende do restabelecimento da saúde dos brasileiros.

    Loyola avaliou que o governo tem que aumentar a presença do estado na economia e deixar de lado o liberalismo, que é marca do ministro da Economia, Paulo Guedes, neste momento. “Não há como enfrentar uma crise desse tamanho sem uma presença forte e firme do estado. O liberalismo é bom até certo ponto, mas é uma situação excepcional e temos visto uma intervenção forte do estado no mundo inteiro, então não poderia ser diferente no Brasil”, afirmou. “O liberalismo fica temporariamente de lado neste momento e o governo tem que assumir um papel de liderança, inclusive no campo econômico.”

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    Perguntado sobre eventual veto de Bolsonaro a reajuste salarial de servidores, possibilidade que foi citada pelo presidente após a reunião com Guedes e empresários no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do BC concordar com a decisão. “O correto é o presidente vetar. Não acho que seja momento de dar aumento a funcionário público. Caso não vete, seria uma derrota política para Guedes”, defendeu. “Sem entrar no mérito se merece ou não, nesse momento há outras prioridades. Aliás, eles são relativamente protegidos dessa tormenta porque não estão sujeitos a serem demitidos como os trabalhadores da iniciativa privada”, acrescentou. 

    Loyola ainda disse considerar que o plano Pró-Brasil “foi intempestivo e inoportuno, para não dizer equivocado”. “Não há espaço para expandir o investimento público em infraestrutura. O papel do governo é criar o campo de jogo favorável para que o setor privado invista do que propriamente sair na frente investindo, até porque não tem dinheiro e o pouco que tinha está gastando em outras prioridades que o setor privado não pode atender.”

    Por fim, o ex-presidente do BC disse que “só vamos recuperar a economia quando a saúde dos brasileiros estiver a salvo”. “Com a pandemia na rua, as pessoas não terão confiança para consumir e os investidores não a terão para poder investir”, considerou. “Então eu diria que o Brasil não está fazendo tudo errado nem tudo certo. Estamos no meio-termo”, concluiu.

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