Energias renováveis dominarão nova capacidade energética até 2026, diz AIE
Capacidade de geração de energia por fontes renováveis atingirá segundo recorde consecutivo em 2021
As energias renováveis devem responder por quase 95% do aumento da capacidade de energia no mundo até 2026, informou relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quarta-feira (1), com a energia solar fornecendo mais da metade do incremento.
O marco ocorre apesar do aumento dos custos dos materiais usados na fabricação de painéis solares e turbinas eólicas.
A nova capacidade de energia renovável este ano atingirá um segundo recorde consecutivo em 2021, disse o órgão de energia com sede em Paris em seu relatório anual sobre o mercado de energias renováveis.
“As adições recordes de eletricidade renovável deste ano de 290 gigawatts são mais um sinal de que uma nova economia global de energia está emergindo”, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
“Os altos preços das commodities e da energia que vemos hoje representam novos desafios para a indústria de energias renováveis, mas os preços elevados dos combustíveis fósseis também tornam as energias renováveis ainda mais competitivas”, afirma.
A capacidade de eletricidade renovável até 2026 será igual à atual capacidade total de energia global de combustíveis fósseis e energia nuclear juntas, acrescentou a AIE.
Políticas governamentais e metas climáticas mais robustas, promovidas por promessas na conferência COP26 em Glasgow no mês passado, estão impulsionando os aumentos, mas o ritmo de crescimento das energias renováveis precisa acelerar para limitar os aumentos de temperatura, disse a AIE.
A China lidera o mundo em nova capacidade e está quatro anos à frente de suas próprias metas de infraestrutura eólica e solar, enquanto a Índia dobrará as novas instalações de 2015-2020.
“A China continua demonstrando seus pontos fortes em termos de energia limpa, com a expansão das energias renováveis sugerindo que o país pode atingir um pico em suas emissões de CO2 bem antes de 2030″, disse Birol.
Ainda assim, a IEA alertou que nos próximos cinco anos, as adições médias anuais de capacidade solar e eólica precisariam quase dobrar em relação às previsões atuais da agência para atingir emissões líquidas zero até 2050, enquanto o crescimento da demanda anual por biocombustíveis precisaria quadruplicar.