Cresce número de empresas com equidade de gênero, mas metade diz que precisa fazer mais, diz pesquisa
Número de companhias com promoção de igualdade foi a 64% neste ano
Pautas sobre gênero tem sido cada vez mais presentes não só na sociedade, mas também no setor empresarial. Recorte do Índice de Confiança Robert Half divulgado neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, revelou que 64% dos negócios contam com políticas para promover a equidade de gênero no ambiente corporativo.
Isso representa um aumento de 6 pontos em relação ao ano passado, e um crescimento ainda mais significativo comparado a 2022, quando o movimento era presente em apenas 55% das organizações.
O estudo, que faz parte 27ª edição do Índice de Confiança Robert Half, com 1.161 profissionais, também revelou que 52% das empresas ainda acreditam que precisam ampliar a participação feminina no quadro de colaboradores para se tornarem mais igualitárias.
Nos cargos de gestão também ocorreu um avanço, com 67% afirmando que incluíram mais mulheres na participação desse patamar.
“É importante compreender que o fortalecimento da agenda de gênero corrobora para a construção de uma rede sólida”, diz Débora Ribeiro, gerente de parcerias estratégicas da Robert Half.
A garantia da equidade de gênero “sustenta a retenção de profissionais-chave por meio de ambientes mais diversos, humanizados e engajados” e não só incentiva a atração de talentos do mercado, acrescenta.
Os principais benefícios justificados pelas companhias para promover a diversidade de gênero no ambiente de trabalho são:
- Pensamento mais diverso — 57%
- Gestão mais humanizada — 56%
- Melhora no clima corporativo — 37%
- Aumento na motivação e melhora do engajamento — 31%
- Fortalecimento da política de atração de candidatos que valorizam a diversidade — 29%
As ações que fazem parte dessas políticas consistem, principalmente, em evitar padrões subjetivos com uma definição nítida dos critérios de avaliação, entrevistas com perguntas padronizadas independentes do gênero e treinamento sobre preconceito aos recrutadores.
Além disso, diversas empresas também adotaram a divulgação de vagas com uma linguagem inclusiva e um comitê de seleção diversificado com representação igual entre homens e mulheres.
Mesmo assim, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 71% das mulheres estavam fora da força de trabalho — ou seja, aquelas que nem trabalham, nem estão em busca de ocupação.
Alguns dos motivos são relacionados ao elevado custo dos cuidados infantis, tarefa que tradicionalmente é delegada às mulheres, que, sem rede de apoio, não conseguem se inserir no mercado de trabalho.
*Sob supervisão de Gabriel Bosa