Empresários sinalizam a Planalto contrariedade com eventual mudança na Petrobras
Segundo relatos feitos à CNN, integrantes do setor produtivo e do mercado financeiro fizeram chegar a auxiliares presidenciais a avaliação de que uma nova troca do comando da empresa estatal traria instabilidade econômica
Um grupo de empresários e investidores fez chegar ao Palácio do Planalto a avaliação de que uma nova troca no comando da Petrobras poderia intensificar o cenário de instabilidade econômica e prejudicar a imagem de independência da empresa de economia mista.
Segundo relatos feitos à CNN, a mensagem foi transmitida recentemente por integrantes do setor produtivo e do mercado financeiro a auxiliares presidenciais na esteira da declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tem carta branca para mudanças na empresa.
O diagnóstico de integrantes do setor produtivo é de que a troca de José Coelho, o terceiro presidente da companhia durante a atual gestão, não levaria a uma redução do preço dos combustíveis, já que ainda há defasagem nos valores.
Pelos cálculos de assessores do governo, a defasagem de preços da gasolina chega hoje a cerca de 20% e a do diesel está em torno de 5% em relação ao mercado internacional. Em face da resistência do setor produtivo, auxiliares palacianos reconhecem que uma troca do comando da empresa, neste momento, não traria grande mudanças.
O discurso do presidente, no entanto, de que a Petrobras é a única responsável pela elevação da gasolina e do diesel tem se mostrado eficaz, segundo a última edição da pesquisa XP/Ipespe, divulgada nesta sexta-feira (20).
Para 64% do eleitorado, a responsável é a Petrobras, enquanto 45% culpam o presidente. O levantamento mostra também que 49% são contra a privatização da empresa e que 44% acreditam que os preços dos combustíveis irão aumentar com uma privatização.
Procurado pela CNN, o Palácio do Planalto ainda não se manifestou.