Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Em evento em Curitiba, Lula descarta privatização de estatais

    Ex-presidente discursou durante evento de filiação do ex-senador Roberto Requião ao PT; "Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro", disse Lula

    Rafaela LaraBárbara Brambilada CNN , em São Paulo

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou, em evento de filiação do ex-senador Roberto Requião ao PT, na noite desta sexta-feira (18), a possibilidade de privatização das principais empresas estatais brasileiras, caso volte a ocupar a Presidência da República.

    “Eu quero dizer, na tua frente, meu jovem Requião, que eles se preparem. Porque o povo vai voltar a governar esse país e a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro. Não vai privatizar os Correios, não vamos privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica. Não vamos destruir o BNDES. Não vamos privatizar a Eletrobras. Eles têm que saber, e nós temos que falar agora o que queremos fazer, porque eu não tenho mais idade para mentir para o povo brasileiro”, disse Lula.

    Esta é a primeira vez que o petista vai ao Paraná desde que foi solto da prisão na sede da Polícia Federal (PF) de Curitiba.

    Lula também falou sobre o preço atual dos combustíveis e que os reajustes não têm relação com a guerra na Ucrânia. “‘O preço da gasolina está caro porque tem guerra na Ucrânia. O preço da gasolina está caro porque esse povo não presta. Não tem compromisso com vocês”, disse.

    A Petrobras reajustou o preço da gasolina em 18% e do diesel, em quase 25% em 11 de março.  A estatal diz que a medida atente à politica de preços, que segue a dinâmica do valor do petróleo no mercado internacional. Nesta sexta-feira, o barril do petróleo Brent, negociado em Londres, fechou aos US$ 107,93.

    Lula também criticou a postura do governo de Jair Bolsonaro em relação ao tema. Para Lula, Bolsonaro deveria “dar uma cabeçada” na Petrobras e convocar uma reunião do conselho da estatal para discussão dos preços dos combustíveis.

    “Esse país tem um Presidente da República que fala ‘ah, se eu pudesse mexer na Petrobras, eu dava um murro na Petrobras’. Não dê murro, dê uma cabeçada logo na Petrobras! Dê uma cabeçada! Porque não é possível um Presidente da República dizer que não consegue mexer nos preços da Petrobras. Reúne o conselho da Petrobras, o conselho nacional de política energética. Nós somos um país que tem etanol, biodiesel, porque a gente tem que ficar dependente da gasolina?”, disse o petista.

    Na última terça-feira (15), Bolsonaro afirmou que a Petrobras vai “com toda a certeza” reduzir o preço dos produtos diante da queda na cotação de petróleo no mercado internacional.

    “Estamos tendo notícias de que, nos últimos dias, o preço do petróleo lá fora tem caído bastante. A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preço lá fora. Com toda certeza fará isso daí”, afirmou Bolsonaro.

    Fertilizantes mais caros

    Segundo Lula, a alta no preço dos fertilizantes usados no Brasil, em grande parte importados da Rússia, também não tem relação com a invasão russa da Ucrânia. “Mentira! Eles fecharam fábricas de fertilizantes no Sergipe, fecharam fábrica de fertilizantes no Paraná, deixaram de construir a fábrica de ureia em Três Lagoas”, disse.

    Para a analista de política da CNN Renata Agostini, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que as vendas de fertilizantes da Rússia ao Brasil já estão suspensas. Segundo ela, a paralisação não deriva de uma decisão do governo russo de interromper o comércio com o Brasil, mas de uma consequência direta da guerra na Ucrânia.

    Diante disso, o governo tenta atenuar os efeitos da suspensão das vendas no curto prazo e busca incrementar a compra de outros países fornecedores, caso do Canadá.

    Ao mesmo tempo, a pasta lançou o Plano Nacional de Fertilizantes, que busca incentivar o aumento dos investimentos na produção da iniciativa privada de nitrogênio, fósforo e potássio.

    A CNN entrou em contato com o Ministério da Agriculta para comentar as falas de Lula e aguarda posicionamento.

    Tópicos