Em busca de recuperação econômica, região norte e rica da Europa gasta bastante
Já os países que estavam no centro da crise de 2009 investem menos para conter maiores problemas econômicos
Com a pandemia tendo afastado qualquer conversa sobre austeridade, a Europa começou a gastar suas economias para sair da recessão e recuperar alguma aparência de normalidade.
Embora o total desembolsado para o desafio chegue a trilhões de euros, ele mascara profundas diferenças em tamanho e tipo de ajuda entre os países.
Em resumo, a região norte e rica consegue sustentar partes essenciais da economia com dinheiro que nunca será devolvido, enquanto o sul mais pobre depende mais de alívios de curto prazo na forma de empréstimos e isenção temporária de impostos.
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Sem dúvida, o objetivo do fundo de recuperação de 750 bilhões de euros da União Europeia é reduzir essas diferenças e assegurar que a desigualdade econômica não fique maior. Mas o dinheiro ficará disponível apenas a partir do próximo ano e, mesmo assim, lentamente.
Enquanto isso, as diferenças nacionais prevalecem.
O centro de estudos Bruegel, de Bruxelas, calcula que o total de apoio direto e não reembolsável que a Alemanha tem sido capaz de oferecer a empresas e cidadãos é de 8,3% da sua produção econômica — não muito distante dos 9,1% dos Estados Unidos.
Isso inclui 100 bilhões de euros para recapitalizar e comprar ações de empresas afetadas pelo coronavírus, 23,5 bilhões de euros em subsídios salariais para quem está trabalhando horas reduzidas e 18 bilhões de euros em subsídios diretos às pequenas empresas que mais precisam.
Isso contrasta com montantes muito menos generosos de economias que estiveram no centro da crise da dívida de 2009. Os pacotes de estímulo em Portugal chegam a apenas 2,5% do PIB, enquanto na Grécia o montante é de 3,1%, na Espanha, de 3,7%, e na Itália, de 3,4%.
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