Economistas debatem mudança no formato do teto de gastos
Luiz Fernando Figueiredo e Paulo Gala debateram à CNN nesta segunda-feira (7)
Diante da tentativa da equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de cumprir as promessas de campanha do presidente eleito frente a um orçamento limitado para o próximo ano, o ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo e o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, debateram à CNN a possibilidade de mudança do teto de gastos.
Figueiredo se manifestou contrário à alteração da regra, afirmando que, em sua visão, “ao longo do tempo, o setor público deve, gradualmente, reduzir o seu custo com relação ao PIB no Brasil, porque o custo do setor público brasileiro é muito elevado e, para que o Brasil ganhe produtividade, eficiência, ele deveria ter um setor público que custe menos”.
O ex-diretor, porém, entende que, dadas as circunstâncias, o principal é que a decisão seja “algo razoável, aqui ninguém está dizendo que a política fiscal é a coisa mais importante do governo, pelo contrário, mas ela é o pressuposto para que a gente tenha um ambiente saudável no país”.
Já Paulo Gala criticou as regras atuais do teto, comparando-as a uma “espécie de camisa de força que já se mostrou equivocada. Se a gente olhar nos últimos três anos, em nenhum dos anos a gente conseguiu cumprir o teto de gastos”.
Para o economista do Banco Master, “o grande problema do teto de gastos é que ele tenta colocar uma trava em despesas, especialmente em educação, saúde e previdenciárias, que não é possível, porque a gente tem necessidades da população crescendo muito”.
Segundo apuração do analista da CNN Caio Junqueira, a equipe de transição de Lula desenha uma proposta que permita uma “licença para gastar” de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023.
*Assista à íntegra da entrevista no vídeo acima.