Economia dá sinal verde ao Congresso para aprovar auxílio a caminhoneiros, dentro do teto fiscal
O benefício, já avaliado no passado, seria uma maneira de reduzir o impacto de um eventual aumento do diesel no terceiro trimestre. A Petrobras informou ao Palácio do Planalto risco de escassez do combustível
Com receio de uma alta do diesel e de uma greve de caminhoneiros autônomos, a equipe econômica do governo federal deu sinal verde ao Congresso Nacional para a aprovação de um voucher para a categoria com custo de R$ 1,5 bilhão.
Em conversas recentes do governo federal com lideranças políticas, que foram relatadas à CNN Brasil, também houve apoio para o pagamento de um auxílio-gasolina para motoristas de táxis e de aplicativos. Integrantes da equipe econômica têm dito que os benefícios terão apoio se ficarem dentro do teto fiscal.
No Congresso, há propostas em análise que preveem o pagamento de um vale de R$ 100 a R$ 300, por mês, para taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos.
Sobre o valor para caminhoneiros, ainda há discussão, mas o governo federal chegou a falar no final do ano passado em um voucher de até R$ 400.
Em contraponto a outras temáticas econômicas, a possibilidade de conceder o benefício para motoristas é hoje consenso entre as equipes política e econômica do governo federal.
A leitura do cenário atual feita por assessores do governo é de que uma elevação do diesel durante a campanha eleitoral pode fomentar movimentos grevistas, causando prejuízos à economia brasileira.
O pagamento de um auxílio aos caminhoneiros tem sido encarado como um “seguro barato” para proteger a atividade econômica no país, apesar de haver o reconhecimento de que a medida seria apenas um alívio aos caminhoneiros autônomos, sem cobrir na totalidade a inflação sobre o combustível.
O sinal verde foi dado após integrantes da Petrobras terem informado ao governo federal o risco de escassez de diesel no terceiro trimestre, o que pode comprometer o transporte da safra de verão, a mais importante do agronegócio brasileiro.
Com o risco de escassez, é possível que a empresa estatal faça um novo repasse de preços, elevando o valor do diesel na bomba, o que pode fomentar movimentos grevistas. A mesma apreensão ocorre sobre o gás natural após a Bolívia ter anunciado a diminuição em 30% na exportação do produto ao mercado brasileiro.
No início da semana, o governo federal avaliava uma alteração na política de preços da empresa estatal com a criação de uma trava de três meses para congelamento dos preços dos combustíveis.
Com o risco de escassez do diesel, contudo, a proposta passou a ser reavaliada, já que o diagnóstico feito por auxiliares palacianos é de que um congelamento pode aumentar o risco de desabastecimento do combustível.