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    Dólar perde força no mundo e pode cair ainda mais em 2021

    O dólar caiu quase 12% em relação a uma cesta das principais moedas desde seu pico em março

    Julia Horowitz , do CNN Business, em Londres

    O que está acontecendo: o dólar enfraqueceu quase 12% em relação a uma cesta das principais moedas desde seu pico em março. Na semana passada, atingiu seu nível mais baixo desde abril de 2018. A última vez que o dólar derrapou assim foi em 2017.

    Segundo os estrategistas, a queda pode ser explicada por alguns fatores.

    1. Fé na recuperação global: Quando os EUA e a economia global estão apresentando forte desempenho, o dólar, uma moeda segura, tende a se enfraquecer. No momento, apesar do aumento das infecções por Covid-19 em muitas partes do mundo, os investidores estão confiando na chegada iminente de vacinas seguras e eficazes, que eles preveem que irá criar um boom de atividade em meados de 2021.

    2. Política do banco central: O Federal Reserve deixou claro que manterá as taxas de juros baixas nos EUA e imprimirá dinheiro pelo tempo que for necessário para estimular a economia do país. Isso aumenta a fé na trajetória de recuperação, alimentando as expectativas da chamada “reflação”. O Fed também está enviando investidores para outros lugares em busca de retorno, atingindo a demanda de dólares em um momento de alta oferta.

    3. A próxima era Biden: As tarifas contribuíram para um dólar mais forte nos últimos anos, de acordo com Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS Global Wealth Management. Multas sobre as exportações de países como a China aumentaram as tensões geopolíticas, fazendo com que os investidores corressem por apostas certas. Em disputas com países como a China, espera-se que o presidente eleito Joe Biden confie mais em outras ferramentas. De acordo com Haefele, isso é positivo para o crescimento global e negativo para o dólar.

    A desvalorização do dólar não é necessariamente algo ruim. Na verdade, pode ser uma vantagem para a recuperação, disse Ned Rumpeltin, chefe europeu de estratégia cambial da TD Securities.

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    De acordo com ele, o dólar está fraco ajuda a impulsionar a demanda pelas exportações dos EUA. Também facilita as condições financeiras, auxiliando os mercados emergentes que possuem dívidas em dólares e aumentando a demanda por commodities, uma vez que produtos como o petróleo bruto são relativamente mais baratos para os compradores estrangeiros.

    Outro efeito é que outras moedas como o euro têm se valorizado rapidamente, em parte por causa da queda do dólar. Isso é algo que os bancos centrais precisarão monitorar como uma fonte potencial de instabilidade.

    Com o euro subindo cerca de 10% em relação ao dólar americano desde o início de abril, aumentam as dúvidas sobre se o Banco Central Europeu (BCE), que se reúne nesta semana, tentará intervir. O Deutsche Bank prevê que o euro subirá de US$ 1,21 para US$ 1,30 até o final de 2021.

    Mas George Saravelos, analista do Deutsche Bank, disse recentemente a clientes que não há muito que o BCE possa fazer.

    “Este é um movimento de enfraquecimento do dólar de base ampla impulsionado pela reprecificação da reflação global”, disse Saravelos em nota.

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