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    Dólar cai 2,7% e fecha abaixo de R$ 4,90 pela primeira vez em quase 3 meses

    Na sexta-feira (5), a cotação já havia perdido 2,8% e ido a R$ 4,98, no primeiro fechamento abaixo dos R$ 5 desde março

    Matheus Prado, , do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    O dólar teve mais um dia de queda forte nesta segunda-feira (8), firmando a cotação abaixo dos R$ 5. O dólar comercial caiu 2,66% e fechou valendo R$ 4,855 na venda.

    Foi a segunda sessão seguida de queda forte e é o menor valor em quase três meses – desde 13 de março, quando a moeda encerrou o dia a R$ 4,813. Na sexta-feira (5), a cotação já havia perdido 2,8% e ido a R$ 4,98, no primeiro fechamento abaixo dos R$ 5 desde março. 

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    O otimismo do mercado internacional, somado à liquidez das bolsas em todo mundo com dinheiro emitido pelos bancos centrais, tem ajudado o real a se recuperar frente ao dólar nas últimas semanas. 

    Além disso, os investidores estão em modo de espera antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, que será divulgada na quarta-feira. “Essa semana vamos saber se ele continua na sua mesma modelagem de atuação e incentivos ou se o arsenal do Fed está acabando”, disse Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, em live nesta segunda-feira.

    No exterior, ativos arriscados, como divisas de países emergentes ou ligadas a commodities, operavam em alta, dando continuidade à recuperação observada nas últimas semanas.

    Apesar do otimismo, os desdobramentos políticos em Brasília seguem no foco no mercado doméstico, que continua apontando a incerteza local como possível fator de pressão para o real. 

    Em nota, analistas da Infinity Asset disseram que, “politicamente, entre votações do TSE e ações de fake news no STF, o governo se sustenta na aproximação com o Centrão e (o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo) Maia, o qual desqualificou a possibilidade de novo impeachment. Ainda assim, o clima político continua tenso e a imagem do Brasil no exterior piorada”.

    Números divergentes de casos e de mortes relacionado à Covid-19 no Brasil divulgados pelo Ministério da Saúde agravavam os temores sobre a imagem do país, aumentando as incertezas sobre os dados depois que o governo parou de informar o total de infecções confirmadas e de óbitos e passou a divulgar dados parciais tarde da noite.

    Mesmo com as incertezas e riscos negativos, o dólar já perdeu cerca de 15% de seu valor contra o real desde que tocou máximas históricas em meados de março. Para os mercados, ainda é difícil dizer se a moeda brasileira deve engatar uma recuperação duradoura ou se pode voltar a se aproximar do patamar de R$ 6 por dólar

    Para analistas, o futuro da moeda ainda é incerto, e muitos descartam uma recuperação definitiva do real. 

    Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, disse que acha “difícil ver o real sendo negociado abaixo do patamar de 5 reais por dólar por um período prolongado de tempo. No curto prazo ainda há muita incerteza, que deve impedir a moeda de cruzar esse nível de forma sustentável”.

    *Com Reuters

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