Ibovespa cai puxado por minério de ferro e Petrobras; dólar recua
Moeda norte-americana tem perdido terreno globalmente desde sinalização mais "dovish" do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, na sexta-feira (27)
O dólar recuou 0,33% ante o real nesta terça-feira (31), a R$ 5,172, com investidores monitorando as perspectivas de política monetária dos Estados Unidos e o ambiente fiscal doméstico em dia de volatilidade devido à formação da Ptax de fim de mês.
“Ontem já foi um dia positivo no exterior, e o real não estava conseguindo aproveitar muito bem o otimismo externo”, explicou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. “A percepção de que a redução de estímulos nos Estados Unidos vai começar só no final de ano começou a deixar o cenário mais favorável (para ativos arriscados) internacionalmente.”
A moeda norte-americana tem perdido terreno globalmente desde sinalização mais “dovish” do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, na sexta-feira (27) passada durante o simpósio econômico de Jackson Hole. O termo “dovish” se refere a uma abordagem menos conservadora acerca da inflação, o que poderia justificar estímulos monetários e juros baixos.
Pelo segundo dia consecutivo, o Ibovespa adotou um viés negativo, com Vale tombando 2% no início da sessão, na esteira do declínio dos preços do minério de ferro na China. No fechamento do pregão, a Bolsa caiu 1,08%, para 118.442 pontos. No acumulado deste mês, o principal índice da B3 apresentou queda de 2,47%.
O noticiário macroeconômico esteve no radar ao longo do dia. Na China, o índice de gerentes de compras (PMI) oficial da indústria caiu mais do que o esperado em agosto, para 50,1, mostrando que a manufatura cresce apenas marginalmente, enquanto o PMI de serviços diminuiu para 47,5 neste mês, com a leitura abaixo de 50 indicando que o setor voltou a se contrair.
Outro fator negativo é a disseminação da Covid-19 no Japão, onde a campanha de vacinação sofreu um revés após a aplicação do imunizante da Moderna ser suspensa no país.
Petrobras PN e Petrobras ON recuaram 3,6% e 2,3%, respectivamente, em meio a comentários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A apoiadores, ele disse: “Então, está saneada a Petrobras, a gente começa agora a trabalhar na questão do preço dos combustíveis.”
Vale ON caiu 1,8%, na esteira do declínio dos preços do minério de ferro na China, o que também pesou no Ibovespa, enquanto Itaú Unibanco PN subiu 0,69% e B3 avançou 1,97%, amenizando a pressão de baixa.
Braskem PNA valorizou-se 5,09%, renovando máximas históricas e destaque positivo na sessão, em meio a expectativas relacionadas à movimentação de seus controladores – Novonor e Petrobras -, que buscam vender suas respectivas participações na petroquímica.