Dívida pública sobe 2,01% em maio sobre abril e alcança R$ 5,7 trilhões
Segundo o Tesouro, o resultado de maio foi marcado pelo aumento da aversão ao risco, devido à expectativa de aperto monetário nos Estados Unidos e pressões inflacionárias no mundo
A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil voltou a avançar. Com alta de 2,01% em maio, o valor nominal da DPF alcançou R$ 5,702 trilhões, ante R$ 5,589 trilhões no mês anterior. Em março, a DPF totalizava R$ 5,564 trilhões.
Os dados para os dois meses foram divulgados pelo Secretaria do Tesouro Nacional nesta terça-feira (28). Por conta da greve dos servidores, a publicação do Relatório Mensal da DPF tinha ficado suspenso por algumas semanas.
A DPF, que inclui o endividamento interno e externo do governo federal, é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, que arrecada menos do que gasta.
A alta do indicador é resultado do maior número de emissões de papéis, que somaram R$ 90,295 bilhões em maio. Também contribuiu o menor regaste de títulos, que totalizou R$ 21,111 bilhões.
Segundo o Tesouro, o resultado de maio foi marcado pelo aumento da aversão ao risco, devido à expectativa de aperto monetário nos Estados Unidos e pressões inflacionárias em nível global.
“A curva de juros futuros doméstica ganhou nível com a sinalização do COPOM de continuidade do ciclo de aperto monetário, além do aumento nos preços do petróleo e a desvalorização do câmbio. Os prazos mais longos subiram em torno de 30 bps. O CDS Brasil registrou alta de 9,00%, alcançando o valor de 223 pontos base no fechamento do mês”, destaca o documento.
Ainda de acordo com o órgão, o custo médio do estoque da DPF em 12 meses avançou para 9,53% ao ano em abril e ainda mais em maio, para 9,86% a.a.. Ao mesmo tempo, o custo médio das emissões em oferta pública no mercado nacional passaram para 11,29% ao ano em abril e 11,69% em maio.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luís Felipe Vital, explicou que em junho a volatilidade nos mercados segue elevada e, por isso, a performance do Brasil será negativa no sentido de piora na percepção de risco.
“Temos treasures no mês de junho bastante voláteis e mercados tentando precificar o ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos e observamos investidores discutindo risco de recessão ou preocupação com a possibilidade de recessão global e isso acaba piorando a percepção de risco de emergentes”, disse.
Em 2021, a DPF avançou 12%. A expectativa da equipe econômica é de que a Dívida Pública feche este ano entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.