Dívida pública sobe 0,05% e vai a R$ 5,61 trilhões em janeiro
Dados foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (23)
A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil avançou levemente 0,05% no primeiro mês do ano. Com isso, o valor nominal da DPF sobe para R$ 5,616 trilhões, ante R$ 5,613 trilhões em dezembro do ano passado.
Os dados foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (23). A DPF, que inclui o endividamento interno e externo do governo federal, é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, que arrecada menos do que gasta.
A alta em janeiro é resultado do gasto de R$ 32,788 bilhões em juros apropriados. Tal valor foi reduzido em parte pelos R$ 30,223 bilhões em resgate líquido. Assim, em valores nominais, a alta da DPF foi de R$ 2,565 bi.
“Pressão inflacionária e tensões geopolíticas seguem aumentando a aversão ao risco nos mercados globais e provocando reação nos principais índices acionários. No Brasil esse cenário se refletiu no mercado doméstico, fazendo com que a curva de juros ganhasse nível”, explica o Tesouro.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital, acrescentou ainda a reação mais rápida e mais forte de retirada de estímulos monetários em diversos países como outro fator que elevou a aversão de investidores ao risco.
“Quando olhamos o cenário doméstico, ele também teve alta ao longo de toda a curva de juros. Podemos destacar dois movimentos: piora no cenário externo, que tem impacto principalmente nos prazos mais longos; na parte mais curta, janeiro reagiu às mudanças nas expectativas de política monetária”, explicou.
No total, as emissões de papéis soaram R$ 119,008 bilhões, enquanto os resgates totais foram de R$ 149,231 bilhões.
Custo de novas emissões
Ainda de acordo com o Ministério da Economia, enquanto o custo médio do estoque da DPF em 12 meses recuou de 8,91% ao ano para 8,61% a.a., o custo médio das emissões em oferta pública no mercado nacional apresentou aumento, passando de 8,49% a.a. em dezembro, para 8,90% a.a. em janeiro. É o maior patamar desde fevereiro de 2018.
Vital explicou que o movimento de alta da taxa básica de juros brasileira, a Selic, é um dos fatores – mas não o único – que contribuem para o aumento do custo tanto no de emissão como no de estoque.
“Por exemplo, inflação: temos uma parcela da nossa dívida indexada à inflação. Então, inflação mais alta significa um custo médio de emissão e custo médio de estoque mais alto. Também tivemos mudanças nas expectativas de juros de longo prazo. Essas mudanças se traduzem em uma curva de juros mais alta, isso também se traduz em custo médio de emissão mais alto, já que temos emissão de pré-fixados”, acrescentou.
Em 2021, a DPF avançou 12%. A expectativa da equipe econômica é de que a dívida pública feche este ano entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.