Dirigente do Fed defende prontidão na alta de juros em vez de velocidade
Espera-se que o Fed em duas semanas escolha entre entregar um terceiro aumento consecutivo de juro de 75 pontos-base -- que elevaria o intervalo da meta para entre 3% e 3,25%
A presidente do Federal Reserve de Kansas City, Esther George, defendeu nesta sexta-feira (9) uma “resposta de política monetária sustentada” à inflação alta, no que serão seus comentários finais antes do próximo encontro do Fed, em duas semanas.
“Teremos de determinar o curso de nossa política por meio da observação, em vez de referência a modelos teóricos ou tendências pré-pandemia”, disse George em comentários preparados para serem feitos no Peterson Institute for International Economics, observando que seria “provavelmente apenas especulação” avaliar até que ponto a taxa básica de juros do Fed precisará ir.
“Dadas as prováveis defasagens no repasse de uma política monetária mais apertada para as condições econômicas reais, isso sugere firmeza e propósito em vez de velocidade”, disse ela.
Como o Fed tem elevado as taxas em seu ritmo mais rápido desde a década de 1980 para combater o pior surto de inflação desde então, George tem sido uma voz constante alertando contra altas acentuadas de juros que possam aumentar a volatilidade.
Espera-se que o Fed em duas semanas escolha entre entregar um terceiro aumento consecutivo de juro de 75 pontos-base — que elevaria o intervalo da meta para entre 3% e 3,25% — e um aumento menor de 0,50 ponto.
Os mercados de forma geral esperam a primeira opção, assim como muitos economistas, com alguns observando que o chair do Fed, Jerome Powell, falando no começo desta semana, não rechaçou essas expectativas do mercado.
As observações de George sinalizam seu apoio a uma resposta mais lenta, mas talvez mais sustentada, às pressões de preços causadas pela pandemia.
Em seus comentários, George também pediu que o Fed sinalize uma “resolução” clara de reduzir seu balanço.
“Pode haver benefícios em anunciar os níveis de reservas desejados à medida que o balanço patrimonial encolhe, dando aos bancos tempo para se preparar para operar com reservas significativamente menores”, disse ela.