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    Desigualdade cresce em seis de 10 países com empréstimos do FMI ou Banco Mundial, diz Oxfam

    Estudo tomou como base para no estudo o coeficiente de Gini acima de 0,4, nível considerado alarmante pelas Nações Unidas

    Thiago Félixda CNN , São Paulo

    A desigualdade de renda é alta ou está crescendo em seis a cada dez países que recebem algum tipo de subsídio ou têm empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, diz relatório da Oxfam (Comitê de Oxford para Alívio da Fome) publicado nesta segunda-feira (15).

    A organização aponta 37 países onde houve aumento da desigualdade na última década, como Burkina Faso, Burundi, Etiópia e Zâmbia, e 39 com alto índice de desequilíbrio da renda, entre eles, Gana, Honduras, Moçambique e outros.

    A Oxfam tomou como base para no estudo o coeficiente de Gini acima de 0,4, nível considerado alarmante pelas Nações Unidas.

    “O FMI e o Banco Mundial dizem que combater a desigualdade é uma prioridade, mas – ao mesmo tempo – apoiam políticas que aumentam a divisão entre ricos e pobres”, afirma Kate Donald, chefe do escritório da Oxfam International em Washington, nos Estados Unidos.

    O estudo foi apresentado durante o Encontro de Primavera (Spring Meetings), reunião anual realizada pelo Banco Mundial e FMI, onde foram debatidos temas como economia e desenvolvimento global.

    O levantamento da Oxfam aponta que houve uma estagnação das contribuições dos doadores para Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA, na sigla em inglês) do Banco Mundial, que fornece empréstimos com juros subsidiados para os países mais pobres do mundo – mais da metade deles, na África.

    Os países mais pobres enfrentam um alto grau de déficit fiscal, dívidas crescentes e pagamentos de juros. Esses fatores acabam desviando recursos que deveriam ir para áreas importantes como educação, saúde e segurança social.

    Conforme o relatório, mais da metade dos países relacionados estão super endividados. E a solução para romper o ciclo da desigualdade, segundo o estudo, é que metade dessas dívidas sejam anuladas.

    Segundo cálculos da Oxfam, nas últimas duas décadas, para que a riqueza dos bilionários chegasse ao ponto de diminuir, ela precisaria ser taxada com um percentual superior a 8% de imposto anual sobre a riqueza líquida em todos os países.

    A organização aponta que impostos mais altos sobre a renda dos mais ricos poderiam arrecadar trilhões de dólares para cobrir os déficits de financiamento.

    E lembra que o Brasil, atual liderança do G20, alertou sobre a necessidade de um plano global para garantir que os super-ricos do mundo paguem mais impostos.

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