Desenvolvimento econômico global fica estável em junho, mostra FGV
Resultados dos dois indicadores são influenciados pela melhora das avaliações correntes e para os próximos meses da região da Ásia, Pacífico & África, paralelamente à piora das percepções nas demais regiões
Os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia ficaram praticamente estáveis em junho ante maio, pós duas quedas seguidas, informou nesta sexta-feira (10) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Barômetro Global Coincidente subiu 0,9 ponto em junho, para 94,1 pontos, após acumular uma queda de 11,4 pontos em abril e maio. O Barômetro Global Antecedente teve variação nula, em 82,2 pontos, o menor nível desde abril de 2009, com exceção de quatro meses de 2020, no auge da pandemia.
Em nota, a FGV destacou que “os resultados dos dois indicadores são influenciados pela melhora das avaliações correntes e para os próximos meses da região da Ásia, Pacífico & África, paralelamente à piora das percepções nas demais regiões”.
“A evolução dos barômetros globais em junho demonstra a continuidade de um quadro em que as autoridades monetárias ao redor do mundo sinalizam claramente a disposição de combater os aumentos de preços generalizados, mesmo que esses decorram primariamente de choques de oferta. A magnitude da desaceleração resultante na atividade econômica ainda é incerta, dependendo da dinâmica do conflito na Europa e do relaxamento das medidas recentes de restrições de mobilidade, sobretudo na Ásia”, diz a nota.
No Barômetro Coincidente Global, que procura acompanhar o ritmo da atividade econômica, a região da Ásia, Pacífico & África foi a única a contribuir positivamente, com 2,3 pontos. Na contramão, o indicador da Europa contribuiu com -0,9 ponto e o Hemisfério Ocidental, com -0,5 ponto.
“A alta discreta do indicador global parece estar exclusivamente relacionada à retomada gradual da economia chinesa após o alívio nas restrições de mobilidade adotadas em combate a um surto de covid-19”, diz a nota da FGV.
No Barômetro Antecedente Global, que mede as perspectivas de crescimento econômico nos próximos de três a seis meses, o indicador da Ásia, Pacífico & África contribuiu positivamente com 1,6 ponto para a variação agregada. Na contramão, a Europa e o Hemisfério Ocidental contribuíram negativamente, com -1,1 ponto e -0,5 ponto, respectivamente.
“A desaceleração para controle da pandemia na China em paralelo ao cenário de guerra no leste europeu e adoção de políticas monetárias mais restritivas em diversos países, levaram à piora das expectativas de crescimento global em 2022 e os dois últimos fatores ainda contribuem para manter o indicador em região desfavorável”, diz a nota da FGV.
Calculados em parceria com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique, e divulgados no Brasil pela Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, os dois indicadores são formados a partir dos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países.
O objetivo é alcançar a cobertura global mais ampla possível. O Barômetro Coincidente inclui cerca de mil séries temporais diferentes, enquanto o Barômetro Antecedente compreende em torno de 600 séries temporais.