Desconto na Black Friday deve ficar menor devido à inflação, diz especialista
Comércio eletrônico deve se manter forte por hábito adquirido pelos consumidores por conta da pandemia
O aumento da inflação deve diminuir os descontos da Black Friday neste ano, apontou o diretor de inteligência de mercado Alexandre Crivellaro, em entrevista à CNN neste domingo (7).
“No Brasil, o e-commerce está com perspectiva de crescimento de 25%, com inflação de 10%. O que deve acontecer é o desconto ficar um pouco menor por conta da inflação, já que esse produto já foi adquirido um pouco mais caro pelo comerciante”, afirmou Crivellaro.
O comércio eletrônico ganhou espaço durante as restrições impostas pela Covid-19 e isso deve se manter, mesmo com o avanço da vacinação, na avaliação do especialista. “A compra online veio para ficar. No ano passado, com a pandemia, as pessoas foram obrigadas a mudar de hábito. Muita gente fala que vai preferir comprar online neste ano. Muita gente quer comprar off-line, mas o comércio eletrônico trouxe essa comodidade. O nível de desconfiança caiu muito.”
Crivellaro avalia que, apesar de alguns novos obstáculos, as lojas darão conta de atender a demanda. “O mercado vem se preparando há meses. Neste ano, tivemos percalços por problemas de entrega, falta de produtos e insumos que podem afetar as vendas em geral, já que algumas lojas não terão um estoque muito alto, mas o mercado está muito maduro, acho que será muito positiva neste ano a Black Friday”.
Para quem não está acostumado a comprar pela internet, o especialista dá dicas. “O conselho é verificar se a loja é reconhecida, se tem selo de segurança, algum certificado, olhar em sites de reclamações para ver qual a reputação dela. E desconfiar um pouco de ofertas excessivas. O desconto médio da Black Friday é de cerca de 40%. As pessoas tem que desconfiar quando o preço é excessivamente baixo, é uma possibilidade de golpe”.
Outra diferença em relação a 2020 é que os itens que despertam interesse de compra devem ser outros agora. “Categorias que ficaram um pouco represadas, como moda e acessórios, vão começar a subir de novo, entrar no topo, porque as pessoas vão começar a sair de casa novamente. Mas eletroeletrônicos continuam com força”, conclui Crivellaro.