Desaceleração na queda da inflação pode prolongar alta dos juros, diz economista
Rafaela Vitoria, do Banco Inter, destaca que uma desaceleração na queda da inflação pode manter a Selic elevada por mais tempo, impactando investimentos e consumo
A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitoria, alertou em entrevista à CNN sobre os possíveis impactos de uma desaceleração na queda da inflação para a economia brasileira. Segundo a especialista, caso o ritmo de redução da inflação seja mais lento que o esperado, o país pode enfrentar um período prolongado de juros altos.
Vitoria explicou que se a inflação não convergir rapidamente para o centro da meta de 3%, estabelecida pelo Banco Central, é provável que a taxa Selic permaneça elevada por um prazo mais extenso.
“Isso pode ter impacto lá na frente, tanto nos investimentos, porque encarece o custo de financiamento para as empresas, e tanto para demanda, com crédito mais escasso e mais caro, a gente tem um consumo menor das famílias”, afirmou.
Efeitos na economia
A economista ressaltou que a manutenção de juros altos por um período prolongado pode gerar efeitos negativos na economia ao longo do tempo. O principal impacto seria a inibição do crescimento dos investimentos, elemento crucial para o desenvolvimento econômico do país.
Atualmente, o teto da meta de inflação está em 4,5%, com o centro da meta em 3%. O Banco Central tem trabalhado para que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) convirja para esse patamar. No entanto, caso o processo de queda da inflação seja mais lento que o previsto, as consequências podem se estender além do curto prazo.