Após PIB subir 2,9% em 2023, Inter vê atividade em desaceleração e estima alta de 2% neste ano
Banco destaca queda do investimento em 2023 e diz que retomada é fundamental para crescimento sustentável da economia
Após o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) vir acima da expectativa do mercado, o Inter avalia que a desaceleração econômica vista no último trimestre deve continuar e prevê que o indicador cresça 2% em 2024.
“O novo impulso fiscal deve resultar em variação positiva no primeiro trimestre do ano e a queda dos juros e a retomada do crédito deve manter o consumo com crescimento moderado no segundo semestre”, diz o banco, em relatório.
Além disso, o Inter chama a atenção para a queda do investimento em 2023 e diz que a retomada é fundamental para o crescimento mais sustentável da economia, sem pressionar a inflação.
Pelo lado da oferta, o banco estima que a indústria extrativa deve continuar crescendo, e também antevê retomada positiva para a construção em 2024.
“Já a agropecuária deve apresentar variação negativa e sua magnitude ainda depende das condições climáticas nos próximos meses”, avalia a instituição.
Segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 2,9% em 2023. No quarto trimestre do ano, o PIB ficou estável em relação ao terceiro.
O maior destaque positivo, segundo o IBGE, foi a agropecuária, que cresceu 15,1% de 2022 para 2023.
O bom desempenho da agropecuária foi puxado pela produção recorde de soja e milho, duas das mais importantes lavouras do Brasil, diz a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE Rebeca Palis, em nota.
“Temos uma economia diversificada, mas agro e extrativa foram menos afetadas pela pandemia. As condições climáticas foram positivas no ano passado e os dois setores têm recebido muitos investimentos”, disse Palis.
Revisões de dados trimestrais
O IBGE revisou para baixo os dados trimestrais sobre o desempenho da economia brasileira ao longo do ano passado, apontando estagnação tanto no terceiro quanto no quarto trimestres de 2023.
O instituto revisou o dado do terceiro trimestre a zero depois de ter informado expansão de 0,1% do PIB na comparação com os três meses anteriores.
O IBGE também revisou os números do primeiro e segundo trimestres, a altas respectivamente de 1,3% e 0,8%, de 1,4% e 1,0% informados antes.
Publicado por Amanda Sampaio, da CNN.
