Déficit primário de R$ 35,8 bi em julho é pior que o esperado, diz Itaú
Banco aponta implementação da PEC da Transição como fator para o aumento significativo nos gastos
O Itaú afirmou que o déficit primário de R$ 35,8 bilhões do setor público em julho, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (31), foi pior do que o esperado pela instituição.
De acordo com a análise, a expectativa era de um déficit de R$ 30,2 bilhões.
Segundo os dados do BC, o déficit do governo central — que inclui Previdência, BC e Tesouro Nacional — foi R$ 32,5 bilhões, acima do déficit de R$ 31,9 bilhões esperado pelo banco.
Pelo lado dos governos regionais — estados e municípios —, o Itaú estimava um superávit de R$ 1 bilhão, ante resultado de negativo em R$ 4,2 bilhões.
Em nota, o Itaú acredita que a implementação da PEC da Transição implicou em um aumento significativo no gasto público, sugerindo um risco de volta a uma trajetória de elevação da dívida pública.
“O arcabouço fiscal a ser implementado em 2024 promete um limite para o crescimento dos gastos, com exceções bem delimitadas e trajetória ambiciosa de resultado primário”, avalia o banco.
Segundo a instituição, os principais desafios pela frente estão relacionados a implementação da trajetória almejada e consequentes ganhos de credibilidade e consolidação da regra, focando inicialmente na recomposição do nível de receitas, após as perdas com desonerações do ano passado e diante do aumento do gasto permitido pelo arcabouço para o ano que vem.